A frase “In God We Trust” (“confiamos em Deus”) nas cédulas de dólar
virou alvo de uma ação judicial por parte de ateus que trabalham para o
Tribunal Distrital do Norte de Ohio, nos Estados Unidos.
O ativismo ateu tem crescido e se tornado barulhento, com manifestações
que buscam legitimidade à base de ações judiciais. Esses ativistas contam,
muitas vezes, com a indisposição de entidades e escolas de despender dinheiro
em processos, para impor sua visão cética.
Os autores da ação, que se denominam “um grupo formado por ateus e
humanistas”, alegam que o lema nacional presente nas cédulas de dólar violam o
Estado laico e seus direitos à liberdade de expressão. No documento, afirmaram
que sentem-se constrangidos por algo no qual não acreditam.
De acordo com informações do Gospel Herald, advogados da maior
organização do país dedicada à defesa da liberdade religiosa entraram no caso.
Outras ações semelhantes, pedindo a remoção da frase de cunho religioso
da moeda norte-americana já foram movidos anteriormente, e arquivados. Em 2011,
quando a ação mais recente chegou á Suprema Corte, representantes do Instituto
First Liberty divulgaram uma nota oficial em nome da Legião Americana – a maior
organização de serviços de veteranos das Forças Armadas dos EUA, com mais de 2
milhões de membros – defendendo o lema nacional.
“A Legião Americana acredita que o nosso lema acional, ‘In God We
Trust’, se originaria do poema de Francis Scott Key, que se tornaria ‘A
Bandeira Estrelada’ e honraria a coragem e o valor de nossos membros de
serviço, que defenderam o Forte McHenry durante a guerra de 1812. É um lema
apropriado e solene para esta nação. A Legião Americana tem, consequentemente
defendido o reconhecimento e a honra de nosso lema, bem como a sua história e
patrimônio”, dizia trecho da nota, ressaltando a representatividade histórica
da história do país sintetizada na frase.
A aparição da frase no dólar aconteceu em 1864, quando o Congresso
aprovou a inclusão nas moedas, durante a Guerra Civil. Em 1956, os
parlamentares aprovaram uma resolução para reconhecer essas palavras
oficialmente como o lema nacional do país, substituindo a frase do latim “E
Pluribus Unum” (“De muitos, um”). Em 1957, o novo lema começou a ser impresso
nas cédulas de moeda do país.
Real
Um procurador do Ministério Público de São Paulo tentou, há alguns
anos, remover a frase “Deus seja Louvado” das cédulas do real, sem sucesso.
Jefferson Aparecido Dias pediu
a retirada da frase, alegando violação à laicidade do Estado, mas a Justiça
Federal recusou a ação, pontuando que a menção a Deus nas “cédulas monetárias
não parece ser um direcionamento estatal na vida do indivíduo que o obrigue a
adotar ou não determinada crença”.
Entre os argumentos manifestos na decisão, a Justiça pontua que a
retirada da frase nas cédulas do real poderia gerar “intranquilidade” na
sociedade, além de custar R$ 12 milhões aos cofres públicos, devido à
necessidade de mudança no layout, recolhimento e reimpressão de notas.
Fonte: Gospel +
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