O co-piloto da aeronave que transportava a Chapecoense havia publicado
uma mensagem de fé em seu perfil no Facebook horas antes do voo fatal que
ceifaria sua vida e de outras 70 pessoas.
Gustavo Encina, paraguaio que compartilhava a cabine da aeronave, era
evangélico. A publicação feita na segunda-feira, 28 de novembro, era uma
reflexão pessoal sobre a forma como conduzir a vida, mas soou às pessoas que
leram como uma profecia involuntária sobre o acidente.
“Bom dia! Como você olha para sua vida? Para frente ou para trás? Que o
Senhor te dê a graça para abrir mão de coisas, até mesmo aquelas que consideras
preciosas nesta vida, e te permita olhar mais para adiante, onde Cristo te
espera para um encontro glorioso que te abrirá as portas da eternidade”,
escreveu o co-piloto.
Quando a notícia da tragédia se espalhou, amigos e familiares
compartilharam a postagem em suas redes sociais, como forma de espalhar consolo
e prestar condolências. No entanto, a repercussão foi tanta, inclusive com
matérias de grandes veículos de comunicação sugerindo que ele teria “previsto”
o acidente, que a família decidiu remover a postagem, de acordo com informações
da emissora Christian Broadcasting Networking (CBN).
Dias antes, o piloto havia deixado outra mensagem semelhante,
demonstrando que investia bastante tempo em reflexões como essa: “O que você
acha do céu? A Bíblia fala sobre uma porta estreita para chegar lá. Não a da
religião, a da moral, ou a das boas obras. É Jesus que nos dá as condições para
entrar. Estás pronto?”, questionou.
Seleção brasileira
De acordo com informações da BBC, o piloto do avião e sócio da empresa
Lamia, Miguel Quiroga, boliviano, havia decidido especializar sua pequena
companhia aérea em transporte de equipes de futebol sul-americanas depois de
tentativas frustradas de entrar no circuito de voos comerciais para África e
Europa.
Um de seus sonhos era transportar a Seleção Brasileira, já que outras
seleções, como Bolívia, Argentina e Colômbia, já haviam usado seus serviços.
“Há dois meses, ele me procurou pedindo para eu intermediar um contato com a
CBF, porque ele tinha interesse em transportar mais times, inclusive a Seleção
Brasileira”, contou Osvaldo Quiroga, primo do piloto.
O sonho do piloto-empresário só não se concretizou por causa do
acidente: “Infelizmente não deu tempo”, afirmou Osvaldo.
Gustavo Vargas, diretor-geral da companhia e amigo de Miguel Quiroga,
confirmou o foco em times de futebol e disse que o avião que transportava a
Chapecoense estava decorado com o escudo do time porque essa era uma prática da
empresa: “Para cada time que levávamos, personalizávamos o avião. Colocávamos o
escudo e símbolos para tornar a viagem mais agradável”.
Fonte: Gospel+
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