Lâmia (em grego: Λάμια),
na mitologia grega, era uma rainha da Líbia que
se tornou um demônio devorador de crianças. Chamavam-se também de lâmias um
tipo de monstros, bruxas ou espíritos femininos,
que atacavam jovens ou viajantes e lhes sugavam o sangue.
Diversas histórias são contadas a respeito de Lâmia. Sua aparência
também varia de lenda para lenda. Na maior parte das versões, contudo, seu
corpo, abaixo da cintura, tem a forma de uma cauda de serpente. Esta
versão popularizou-se especialmente a partir do poema Lamia, publicado
pelo inglês John Keats em 1819.[1][2] Diodoro
Sículo, por sua vez, a descreve como uma mulher de rosto distorcido.[3]
Mitologia greco-romana
De acordo com a versão mais corrente, Lâmia era uma belíssima rainha da Líbia, filha de Posídon e
amante de Zeus,
de quem concebeu muitos filhos, dentre os quais a ninfa Líbia. Hera, mulher de Zeus,
corroída pelos ciúmes, matava seus filhos ao nascer e, ao final, a transformou
em um monstro (em
outras versões Lâmia foi esconder-se em uma caverna isolada e o que a
transformou em um monstro foi seu próprio desespero). Por fim, para torturá-la
ainda mais, Lâmia foi condenada por Hera a não poder cerrar os olhos, para que
ficasse para sempre obcecada com a imagem dos filhos mortos. Zeus, apiedado,
deu-lhe o dom de poder extrair os olhos de vez em quando para descansar.[4][5]
Outras mitologias
Segundo opinião bastante difundida, a Lâmia mitológica serviu de modelo
para as lâmias (Lâmiae em latim), ora
descritas como bruxas,
ora como espíritos e ora monstros,
humanos da cintura para cima, mas com caudas de serpente. As lâmias atraíam os
viajantes expondo os belos seios e emitindo um agradável cicio, para depois
matá-los, sugar seu sangue e devorar seus corpos. Neste aspecto, as lâmias
constituem um antecedente dos súcubos da Idade
Média e das modernas vampiresas.
Com frequência a Lâmia é descrita nos bestiários de
outras culturas como criaturas de natureza selvagem e maligna, com garras nas
patas dianteiras, cascos nas patas traseiras, rosto e busto femininos e o corpo
coberto de escamas. Também é associada à Lilith da mitologia hebraica. Nos folclores neo-helênico, basco e búlgaro podem
ser encontradas lendas sobre Lâmias, herdeiras da tradição clássica.
Na mitologia basca, as lâmias são gênios com pés e garras de ave e
cauda de peixe. Quase sempre femininos e de admirável beleza, moravam nos rios e fontes,
onde costumavam pentear suas longas cabeleiras. São em geral amáveis, mas ficam
enfurecidas se alguém rouba seus peixes. Às vezes se apaixonam por mortais e
até têm filhos com eles, mas não podem se casar.
No folclore búlgaro, as lâmias são criaturas misteriosas, geralmente
femininas, com muitas cabeças, que, se cortadas podem se regenerar (como a Hidra
de Lerna). Vivem em cavernas ou no subsolo e atormentam os povoados,
alimentando-se de sangue humano ou devorando mulheres jovens. Em algumas
versões têm asas, em outras sua respiração é de fogo.
Na Bíblia
No livro de Isaías, na Vulgata latina se refere a lâmia uma única vez: et
occurrent dæmonia onocentauris et pilosus clamabit alter ad alterum ibi cubavit
lamia et invenit sibi requiem. [6]
Fonte: Wikipédia
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