quinta-feira, 11 de julho de 2013

Crescimento de evangélicos impulsiona despertar da Igreja Católica, diz cardeal

Crescimento de evangélicos impulsiona despertar da Igreja Católica 

O arcebispo de Aparecida (SP), dom Raymundo Damasceno Assis, concedeu uma entrevista ao portal UOL falando sobre sua expectativa para a visita no papa ao Brasil, dizendo que o crescimento dos evangélicos no país fez com que a Igreja católica se despertasse.
“Talvez nós tenhamos nos acomodado e pode ser que o crescimento do movimento neopentecostal tenha nos feito acordar, nos despertar para a nossa verdadeira missão”, disse.
Nos últimos dez anos a quantidade de evangélicos no Brasil teve um aumento de 61,45%. De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), em 2000 eram 26,2 milhões de evangélicos e em 2010 esse número passou para 42,3 milhões. Nesse mesmo período a quantidade de católicos que era de 124,9 milhões de brasileiros, passou para 123,3 milhões.
Damasceno acredita que mesmo perdendo fiéis para os evangélicos, a Igreja Católica tem ganhado com a qualidade de seus fiéis. “Os praticantes são muito mais coerentes com suas práticas e praticam sua fé de modo mais convencido. Isso é muito positivo.”
O religioso acredita que a escolha do novo papa pode trazer uma nova esperança para a Igreja, já que é notável que os fiéis passaram a se interessar mais pela religião. A simplicidade do papa Francisco seria um dos principais motivos dessa reaproximação.
“O que a gente percebe ouvindo e vendo é que há uma expectativa positiva, alegre e esperançosa para o seu pontificado”, disse o arcebispo. Mas na visão de Raymundo Damasceno Assis, além de reaproximar os membros da igreja, o novo papa também está aproximando a Igreja da sua missão.
“A igreja existe para evangelizar. O que significa que a igreja deve cuidar daqueles que a frequentam, que participam da vida das nossas comunidades, mas que também precisa sair ao encontro dos que estão distantes”, disse ele.

Dom Damasceno critica o casamento gay
Na entrevista o religioso também comentou sobre a discriminação religiosa, dizendo que esse despertar dos católicos não é uma resposta ofensiva aos evangélicos e aproveitou o tema para declarar que a Igreja não aceita o casamento gay.
“Não podemos equiparar um casamento com duas pessoas do mesmo sexo com outro entre um homem e uma mulher. Não é mesma coisa”, disse ele que afirmou respeitar “os que optam por esse caminho”.
Outros temas atuais que a Igreja se posiciona contra é a eutanásia e o divórcio. “A igreja também não pode aprovar a eutanásia, porque a vida é um dom de Deus. A igreja não pode aprovar o divorcio e não pode dizer que o divorcio é um caminho normal, embora respeite quem fez essa opção”, encerra.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Bancada evangélica impede votação da Lei das Palmadas na Câmara

Por falta de quórum, a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados (CCJ) encerrou a reunião desta terça-feira, em que seria analisado o projeto da Lei da Palmada. A estratégia é uma articulação da bancada evangélica. As informações são da Agência Câmara.
A reunião foi encerrada por falta de quórum durante a verificação da votação da ata da reunião anterior. A verificação foi pedida pelo deputado Marcos Rogério (PDT-RO), em protesto contra a votação da redação final do projeto.
De acordo com o deputado, o projeto permite ao Estado interferir na educação que os pais dão aos seus filhos. O que deve ser punido, segundo ele, é somente o excesso. 
O projeto já foi aprovado pela comissão especial criada para analisá-lo e poderia seguir diretamente para o Senado. 
O deputado, porém, defende que a proposta seja analisada pelo plenário da Casa, e apresentou reclamação contra sua tramitação conclusiva (que pode ser encaminhada ao Senado tendo sido aprovada na comissão). Para Rogério, o projeto é polêmico e não pode ser discutido somente pelas comissões da Câmara.
Segundo o projeto, "a criança e o adolescente têm o direito de serem educados e cuidados sem o uso de castigo corporal ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada de cuidar, tratar, educar ou proteger"