Hoje eu estava a pensar no alto custo de uma igreja que vive de programas e eventos. Cada semana é algo novo, é um pregador novo, é um ajuntamento novo e na maioria das vezes, as igrejas são cheias com membros de outras igrejas, que são convidados, intimados a estarem presente na “grande noite”.
Os discípulos e sucessores não são feitos nos ajuntamentos, eles são feitos numa vida diária de transferência de vida, de ensino, de doutrina, de lançamentos de bases para a sua força espiritual. Ajuntamentos passam, emoções desvanecem sob o peso das lutas, mas doutrina não, ela dura para sempre. Um cristão sem fundamentos doutrinários não sabe enfrentar a vida com sabedoria.
Infelizmente, muitas igrejas insistem em deixar seu povo como crianças espirituais para sempre. Toda liderança que não tenha como propósito levar a igreja à maturidade espiritual, se desvia do verdadeiro alvo. Paulo nos diz em I Co 13.11: “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino”
Eis o que diz o livro do Pr. Rick Warren:
IGREJAS DIRIGIDAS POR PROGRAMAS: A Escola Dominical, o encontro de mulheres, o louvor, o ministério de jovens, o evangelismo são exemplos de programas que muitas vezes são a força que motiva certas igrejas. Numa igreja dirigida por programas, toda energia por programas, em desenvolver o povo, trabalha somente no preenchimento de cargos. Se os resultados não são os esperados, as pessoas envolvidas culpam-se as si mesmas por não trabalhar o suficiente. Ninguém jamais questiona se o programa funciona ou não.
IGREJAS DIRIGIDAS POR EVENTOS: Se olharmos o calendário de uma igreja dirigida por eventos, ficaremos com a impressão de que a meta daquela igreja é manter o povo ocupado. Sempre tem alguma coisa acontecendo, todos os dias da semana. Assim que um grande evento é realizado, já começam a trabalhar no próximo. Existe muito trabalho em igrejas como esta, mas nãonecessariamente produtividade.
Uma igreja pode ser ocupada sem entender qual o propósito de tanta ocupação. Alguém precisa questionar: “Qual o propósito de cada uma de nossas actividades?”. Numa igreja dirigida por eventos, o número de pessoas que frequenta as programações é a principal medida de fidelidade e maturidade.
Uma vez, ouvimos de um pastor no culto da sua igreja: “Aqui, ninguém tem folga. Aqui, é culto de domingo a domingo, porque o diabo não tira folga e nós também não!”. Realmente esse irmão foi muito infeliz na sua comparação, porque o diabo não é exemplo para nenhum de nós. Nosso exemplo é o Senhor Deus, que trabalhou 6 dias e no 7º descansou.
Em nossas igrejas também amamos os ajuntamentos, mas ajuntamentos com PROPÓSITOS! Sonhamos com discípulos bem preparados, sonhamos com multidões, mas valorizamos uma só pessoa. Para nós, nossas familias e seus relacionamentos são muito importantes e sempre as encorajamos a terem tempo de qualidade juntas entre elas, com outros irmãos em Cristo e amigos. Nada compensa o fracasso no lar. Os relacionamentos verdadeiros são construídos dia a dia, nas experiências simples da vida. Uma igreja que vive de eventos 7 dias por semana, dificilmente será uma igreja com famílias fortes e saudáveis em seus relacionamentos com Deus e com as pessoas à sua volta. Crentes que vivem apenas para os programas e eventos, são crentes estressados, que pensam que o mundo gira em torno deles mesmos, não conhecendo nenhuma outra realidade além daquela em que estão inseridos.
IGREJAS QUE VIVEM (apenas) DE PROGRAMAS E EVENTOS TENDEM A PAGAR UM ALTO PREÇO POR ISSO:
Líderes estressados e sem tempo para a vida social em familia e em comunidade.
Famílias não tem qualidade de tempo juntas, pois estão todos os dias ocupadas com os programas da igreja.
Falta de relacionamento interpessoal, pois o povo se reúne apenas para “trabalhar na igreja”, mas fora dali, não conseguem tempo para “partirem o pão juntos e terem tudo em comum”.
A igreja não tem tempo para programas internos de crescimento em qualidade, como escolas bíblicas, escolas de liderança, etc.
Normalmente, são igrejas que não desenvolvem o crescimento através de Pequenos Grupos (modelo 100% bíblico), pois vivem apenas dos grandes ajuntamentos.
Falta de discípulos qualificados e bem preparados.
Todo culto tem momento de ofertas, gerando com isso, muitas vezes, sentimento de culpa em quem não pode ofertar sempre.
Uma vida apenas não é valorizada, pois o que conta são as multidões.
Que cada líder tenha o cuidado de levar a sua igreja à maturidade dentro dos propósitos de Deus. Paulo nos afirma em Efésios 4.11-16:
“E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, do qual todo o corpo, bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor”
Fonte: Geração profética
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