Os pastores
João Leite, da Igreja da Comunidade Metropolitana, e Fabrício Fonseca, da
Igreja Batista Nacional Nova Vida, travaram um áspero debate durante o Jornal
do Piauí desta segunda (26). Um dia após a realização da Parada da Diversidade,
o programa debateu o papel da religião na orientação sexual.
João Leite
representa uma igreja que acolhe pessoas com diferentes orientações sexuais. Em
seu depoimento, o pastor explicou que durante muitos anos teve a sexualidade
reprimida na igreja onde frequentava e chegou a casar-se.
"Fui
pastor da Igreja Presbiteriana por seis anos e acabei por minha orientação
saindo da igreja de tanto as pessoas falarem. Cheguei a casar e isso me afetava
muito. Deixei de acreditar no amor de Deus por mim e hoje eu sei que o amor
dEle é para todas as pessoas", relatou.
João Leite
explicou que a nova igreja acolhe homossexuais. Muitos membros estiveram
presentes ontem (25) na Parada da Diversidade. "A gente crê no Espírito
Santo, seguimos a Bíblia e todos os preceitos religiosos. Nossa ideia não é
causar polêmica. Só queremos o direito de seguir a Deus", declarou.
Mas o pastor
Fabrício Fonseca contestou com veemência. Para ele, o papel da Igreja é mostrar
os preceitos bíblicos e cada pessoa, assim, se modificará. Fabrício prega que a
ciência define a existência apenas de homens e mulheres, pelos cromossomos, e
que a atuação do Espírito Santo é capaz de orientar a conduta.
"A
ciência comprova que o homem nasce homem por causa dos cromossomos. Isso é
cientifico. Se ele quiser, ele pode ser heterossexual. Porque ele não deixa o
Espírito Santo trabalhar? Tudo na vida tem que ter regras. Eu não mando ninguém
mudar nada. Romanos diz que a fé vem pelo ouvir. Eu vou pregando a palavra e o
Espírito de Deus vai trabalhando na pessoa. A Bíblia é quem vai orientar. Se
você quiser eu trago duas pessoas no seu programa para provar que são
ex-homossexuais", desafiou.
Leilane Nunes
leilanenunes@cidadeverde.com
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