O projeto de lei que
autorizava a prefeitura de Belo Horizonte a vender
três ruas para a Igreja Batista da Lagoinha (IBL) foi derrubado por
mandado de segurança impetrado na Justiça.
A IBL pretende ampliar sua
sede no bairro de São Cristóvão, BH, transformando o atual templo numa
megaigreja para 35 mil pessoas. Um projeto de 2011, proposto pelo então
vereador João Oscar, previa que uma área vizinha ao templo da denominação fosse
vendida pela prefeitura à igreja para permitir a construção. A justificativa do
projeto dizia que as ruas, além de não serem pavimentadas, não interferem na
mobilidade urbana da capital mineira por serem de baixo movimento.
Entretanto, duas famílias
vivem há mais de 50 anos em uma das ruas que seriam vendidas pela prefeitura à
IBL. Caso o negócio se concretizasse, esses moradores perderiam o acesso às
suas residências, e seriam forçados a vender seus imóveis para a igreja.
A partir dessa questão, o
vereador Iran Barbosa, que impetrou um Mandado de Segurança elencando o que
seriam “vícios do projeto” e a Justiça deferiu seu pedido, suspendendo todos os
atos processuais legislativos ligados à proposta de venda das ruas.
A alternativa existente para a
IBL continuar sua expansão seria negociar com os proprietários a aquisição dos
imóveis pelo valor de mercado, e só então, tentar a aquisição das ruas, pois
não atenderiam mais a nenhum morador.
O reverendo Mariel Marra, que
se envolveu diretamente na questão, escreveu um artigo para o Genizah e
comemorou que a Justiça tenha impedido a compra das ruas da forma como a IBL
vinha tentando.
“Como cristão, evangélico e teólogo vejo que foi o próprio Deus quem colocou a mão nesta causa e impediu que Lagoinha edificasse um templo dedicado a Ele às custas de tamanha injustiça contra quem sequer tinha meios de se defender. Ele é Santo! Jamais receberia louvor e adoração, vindo de um lugar construído sobre um alicerce de injustiça. E como operador do Direito sinto-me particularmente realizado por ter auxiliado neste processo para que justiça fosse feita. Momentos assim fazem valer a pena os anos de estudo, as horas de sono perdidas e todas as demais privações. Nos fazem acreditar que ainda há justiça entre os homens e que o próprio Deus intervém quando nós buscamos antes de tudo a justiça do Reino, a qual é muito maior do que os interesses vaidosos de qualquer instituição”, pontuou.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+
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