O pastor Marco Feliciano
(PSC-SP) voltou a atacar os partidos com ideologia de esquerda numa série de
publicações em seu perfil no Twitter.
“Para um esquerdista não
existe pátria, existem apenas ele, seu umbigo e suas ‘causas’, pelas quais fará
o ‘diabo’ até conquistá-la. Seus objetivos: exterminar o sagrado, destruir
instituições, estimular brigas entre as classes e implantar o caos rumo ao
totalitarismo”, criticou.
Feliciano passou a criticar os
partidos de esquerda depois de eleito, quando tomou conhecimento da ideologia e
propostas políticas. Até então, havia ignorado o apoio de seu partido a um
candidato de direita nas eleições presidenciais de 2010 e pedido votos para a
então candidata Dilma Rousseff (PT), apoiada por Lula.
No texto publicado no microblog,
o pastor da Assembleia de Deus Catedral do Avivamento citou polêmicas recentes
com personalidades públicas que confrontam as ideias dos partidos esquerdistas.
“À quem se opor: destruirão sua imagem e deturparão suas falas. Duvida? Veja o
que o PSOL fez com [a jornalista] Rachel Sheherazade e o PT com [a médica
cubana] Ramona [Matos Rodriguez]”, escreveu.
O pastor fala ainda, de forma
indireta, sobre temas polêmicos que estão na agenda dos partidos esquerdistas,
como o controle de mídia e a supressão às manifestações populares. “Das
manifestações de Junho aos rolezinhos, um clima de instabilidade paira sobre o
Brasil. Sociólogos e antropólogos não conseguem entender. O medo de perder as
eleições faz a cúpula esquerdista acelerar seu projeto de engenharia social, os
veículos de comunicação surtaram”, pontuou Feliciano, dando a entender que de
certa forma, o governo manipula a opinião pública através da mídia.
As críticas do pastor se
estenderam desde os problemas sociais até a desmontagem de instituições vitais
para a manutenção do Estado de direito, e vieram com uma carga de citações de
pensadores gregos, considerados os idealizadores da democracia: “O alto índice
de analfabetos funcionais, o colapso na saúde, o emburrecimento escolar e a
idiotização das massas via mídias sociais… A violência urbana, a desmoralização
da Polícia, a sociedade desarmada, a quase inexistente Forças Armadas abrem
caminho para o desespero. Os valores inexistem, o moral virou piada de boteco,
a corrupção, o silêncio das igrejas, pavimentam o caminho do regime de exceção.
Platão disse: É a pátria que nos gera, nos alimenta e nos educa e Sófocles
acrescenta: É a pátria que nos mantém. Desperta Brasil!”, disse Marco
Feliciano.
Divisão no cristianismo
Em meio aos debates sobre a
polarização do pensamento político entre direita e esquerda, os articulistas da
revista Ultimato Paul e Raphael Freston chamaram a atenção para o excesso
cometido na defesa de opiniões sobre questões políticas, e uma possível divisão
entre irmãos de fé que pode ser causada por conta de um embate ideológico.
“Ultimamente, no meio
evangélico, têm aparecido vários artigos virulentos contra a esquerda, usando
as formas mais espúrias de argumentação, como ataques à moral e às motivações
dos que pensam de modo diferente, e a caracterização da esquerda em termos das
suas piores manifestações históricas e da direita em termos apenas dos seus
ideais. Estranhamente, uma das caracterizações mais comuns é a da esquerda como
autoritária. Além de ignorar os exemplos — muito mais numerosos — de
autoritarismo de direita, essa caracterização também ignora o profundo
compromisso democrático de seus irmãos na fé que se consideram de esquerda.
Pior ainda, não se percebe quão irônico é querer defender a democracia com
insultos”, escreveram.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+
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