O gesto de perdão exige
esforço e abdicação de orgulho ou razão, e não significa necessariamente
esquecer a ofensa, mas deixar de levá-la em consideração. Sobre este tema
complexo, o pastor Silas Malafaia publicou um artigo que resume o assunto:
“Perdoar implica cancelar ou remir uma dívida”, escreveu.
Em seu texto, Malafaia destaca
a origem do conceito de perdão dentro do cristianismo: “Uma vez que recebemos o
perdão de Deus, quando merecíamos a morte, devemos demonstrar gratidão e
disposição para perdoar aquele que nos ofendeu, até porque, na oração modelo do
Pai-Nosso, Jesus pediu que Deus perdoasse as nossas dívidas, assim como nós
perdoamos aos nossos devedores (Mateus 6.12)”, contextualizou.
O líder da Assembleia de Deus
Vitória em Cristo (ADVEC) pondera ainda a respeito das dificuldades que
envolvem o perdão: “Quem já foi ofendido ou injustiçado sabe que não é fácil
perdoar. Aliás, quanto maior for o dano a nós causado e a nossa proximidade com
aquele que pecou contra nós, mais difícil será perdoá-lo”, observa Malafaia.
No entanto, o pastor frisa que
“é indispensável que entendamos e pratiquemos o perdão, cancelando a dívida que
nosso próximo tem para conosco, a fim de que a nossa dívida com Deus também
seja cancelada, não haja resquício de ódio e amargura em nosso coração,
tenhamos paz, equilíbrio, alegria”.
“Há pessoas que não perdoam
porque quem as ofendeu não pediu perdão formalmente, reconhecendo seu erro, e
há aquelas que não perdoam por acreditarem que a ofensa é grande e grave demais
para ser apagada ou esquecida após um simples pedido de perdão”, ilustra
Malafaia, antes de acrescentar: “Ainda que alguém não reconheça o erro e não
demonstre arrependimento genuíno pelo mal que nos causou, devemos perdoá-lo.
Devemos fazer a nossa parte, e deixar o resto com Deus”, orienta.
Como psicólogo, o pastor
aponta ainda questões ligadas à saúde que podem ser influenciadas pela questão:
“O perdão é algo tão sério, que pode causar enfermidades emocionais, destruir
relacionamentos e até impedir que Deus atenda às nossas orações e abençoe as
nossas ofertas. Foi isso que Cristo ensinou em Mateus 5.23,24”, diz Malafaia,
lembrando as palavras de Jesus: “Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar e
aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante
do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, e depois
vem, e apresenta a tua oferta”.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+
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