Ateu, Zanon tem uma extensa ficha de problemas com a lei |
Em entrevista a reportagem do ac24horas,
o organizador da 4º edição do Encontro Nacional de Ateus (ENA), Felipe Zanon,
explica que o ato de queimar a bíblia sagrada não tinha como objetivo incitar
qualquer sentimento de intolerância religiosa, mas de repudiar “o mal causado
pela igreja no que diz respeito aos massacres ocorridos ao longo da história do
cristianismo”. Ele diz não ter presenciado o ato, mas autorizou o feito. Zanon
é formado em história e estuda o 3º período do curso de Direito da Universidade
Federal do Acre (Ufac).
Saiba mais:
A reportagem tentou contato com o autor do ato, o estudante do curso de filosofia e vocalista da banda Violação Anal, Roberto Oliveira, mas não obtivemos resposta. Ele queimou um exemplar da bíblia em meio a apresentação da sua banda, na 4º edição do Sara(te)u – Uma noite dionisíaca realizada na Ufac.
A reportagem tentou contato com o autor do ato, o estudante do curso de filosofia e vocalista da banda Violação Anal, Roberto Oliveira, mas não obtivemos resposta. Ele queimou um exemplar da bíblia em meio a apresentação da sua banda, na 4º edição do Sara(te)u – Uma noite dionisíaca realizada na Ufac.
Questionado quanto ao fator fé
x intolerância religiosa, Felipe Zanon é categórico: “Eu acredito em mim mesmo,
no que sou, no que posso! Respeito os demais, suas crenças…Não temos problema
nenhum em quem crer ou não em Deus. Nós buscamos a laicidade do Estado,
queremos um estado sem religião, todos merecem o mesmo respeito, inclusive
falam em perseguição, mas nós é quem sofremos perseguição por sermos ateus,
porque somos minoria. Nossos cartazes foram rasgados aqui nas dependências da
Ufac, até o outdoor com a divulgação do nosso evento foi retirado”.
Com relação aos atos de
depredação ocorridos no dia do evento, Zanon destacou que não é a primeira vez
que isso ocorre e que outros eventos culturais ocorriam na mesma noite, não
podendo, segundo ele, a culpa recair sobre os frequentadores e organizadores do
Sara(te)u . Ele alega que em eventos anteriores atos de vandalismo e brigas
sempre ocorrem, porém a administração da universidade nunca havia tomado
nenhuma medida cabível e diz se sentir perseguido.
“Somente agora a reitoria da
Universidade Federal do Acre decidiu tomar uma atitude mais drástica, aproveitaram
o que aconteceu (queimação da bíblia) para pegar carona e nós colocarem como
culpados”, disse Felipe Zanon, que aproveitou para mandar um recado nada
amistoso ao reitor da Ufac, Minoro Kimpara. “Se a reitoria não aclarar e rever
a situação que levou a suspender os eventos, bem como a real motivação acerca
da proibição de novos eventos musicais, eu mesmo vou tocar fogo em outra
bíblia, desta vez na frente da reitoria. Daí sim, terão motivos para me culpar
realmente porque até agora estou sendo culpado por algo que não fiz”.
Por fim, Zanon explica que o
evento não contou com o patrocínio, nem apoio de políticos. Ele afirmou que
alguns foram convidados para o debate que antecedeu a programação, no dia 30 de
abril, mas que alguns deles não puderam comparecer ao evento, onde seriam
palestrantes, entre eles, Francisco Nepomuceno, o Carioca do PT, que cancelou
sua participação no debate devido a agenda governamental.
Conhecido por fazer parte de
uma das alas mais radicais do PT no Acre, Felipe Zanon, que é estudante de
direito na Universidade Federal do Acre, já foi policial militar, mas foi
expulso da corporação por indisciplina. Em julho do ano passado, o
petista foi preso preventivamente acusado de agredir e chantagear garotas com
vídeos íntimos. Ao menos quatro jovens, com idades entre 16 e 21 anos,
denunciaram o rapaz.
Reitor Minoru Kimpara lamenta ação ocorrida na Ufac |
Reitor afirma que medidas
administrativas estão em curso e culpados serão punidos
O reitor da UFAC, Minoru
Kimpara, afirma que a suspensão foi adotada em virtude de atos de vandalismos e
não, especificamente, pela queima da bíblia. Entre os atos de vandalismo foram
registrados a quebra de vidros de janelas, portas, veículos e outros prejuízos
ao patrimônio público. Kimpara disse que a suspensão das atividades culturais,
especificamente as de apresentação musicais e de bandas, foi a forma mais
sensata até que sejam discutidas alternativas para evitar novas ocorrências
envolvendo vandalismo e consumo de bebidas alcoólicas nas dependências da
universidade. As demais atividades culturais seguem conforme calendário da
instituição.
Ele destacou ainda que está em
curso um processo administrativo, que irá apurar as responsabilidades e
identificar os autores dos atos de vandalismo ocorrido nas dependências da
universidade. Ele assegurou que será dado o direito à ampla defesa dos
envolvidos. Os encaminhamentos do processo culminará com uma Resolução Interna
que irá impor regras, limites e responsabilidades aos acadêmicos, bem como as
medidas punitivas de acordo com casos específicos àqueles que cometerem atos de
vandalismo ou forem enquadrados em práticas ilícitas dentro da instituição de
ensino superior.
”Essa medida preventiva
(proibitiva) tem como objetivo evitar que ocorram novas brigas ou maiores
incidentes e até casos de agressão nas dependências da universidade. É preciso
que haja um controle maior na segurança dos estudantes que participam das
atividades culturais e de lazer. Nossa meta é oferecer um ambiente atrativo
dentro do espaço acadêmico, mas para isso é preciso atentar para cuidados com a
segurança na realização desses eventos. Esses cuidados não são somente visando
o bem patrimonial, mas principalmente a preservação da vida dos nossos
acadêmicos e daqueles que visitam e participam das atividades culturais
ofertadas na instituição”.
Reitor lamenta a queima da
bíblia e diz que ato é um desrespeito as demais crenças
Quanto à queima da bíblia,
Minoru disse lamentar e considerou o ato uma agressão às demais crenças. “É
lamentável agredir a crença das pessoas, eu fiquei triste porque as pessoas tem
o direito de crer ou não, de defender suas posições políticas, suas convicções,
mas para tudo isso é importante o respeito. A Ufac é um espaço plural, lugar de
cristãos e das pessoas de diferentes religiões, dos que creem e dos ateus
também. Eu defendo uma Ufac uma sociedade e um estado laico que garanta a
convivência respeitosa entre ateus e cristãos de diferentes religiosidades. A
intolerância precisa ser exercida, sim, mas contra a corrupção e a miséria que
a assola nosso pais e grande parte do mundo”.
Ângela Rodrigues, da redação
do ac4horas
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