Final foi realizada no sábado
(22) no estádio Carlos Zamith, Zona Leste de Manaus, e sagrou como campeão o
Boas Novas, que venceu o Leão de Judá por 3 a 2
Estádio Carlos Zamith, final
da 2° edição da Copa Evangélica. Na saída dos vestiários Boas Novas e Leão de
Judá, se preparam para entrar em campo e decidir quem será o campeão. Mas ao
contrário do que se vê momentos antes de uma final, os jogadores não estão sérios
ou concentrados. Entraram em campo cantando. Mesmo de times adversários, eles
dão as mãos e cantam uma mesma música. “Campeão, vencedor, Deus dá asas, faz
teu voo”. Do vestiário, era possível ouví-los cantando e orando. Antes do
jogo, todos se ajoelham em campo para uma oração. Até que o juiz apita o jogo.
Com o início do jogo, o Boas
Novas começou atacando, indo para cima. Se nos dois jogos que ocorreram
antes da final - antes jogaram, em um amistoso, Fast Master e Missionários da
Bola e aconteceu a disputa de terceiro lugar entre Kerigma e 20 adorar - as redes
não balançaram, na final, o gol foi feito logo no começo do jogo.
Hamilton do Boas Novas marcou
o primeiro tento. O time era melhor em campo e logo, Hamilton ampliou o placar
para 2 a 0 e ainda no primeiro tempo Buiú fez o terceiro gol. No segundo
tempo, o Leão de Judá voltou melhor e criou melhores oportunidades, o Boas
Novas apenas se defendeu. Com isso, o Leão de Judá conseguiu diminuir com
Henrique, mas foi só. A partida terminou 3 a 1 e o Boas Novas foi campeão.
Porém, mais do que futebol, a
Copa se insere no contexto de um projeto de evangelização. Os 50 times que
participaram desta edição são de igrejas evangélicas. Cada time pode convidar
quatro jogadores não-evangélicos para competir e com isso se inicia uma
evangelização.
“Nós temos um acompanhamento.
O nosso principal objetivo é pregar o evangelho, trazer a disciplina do
cristianismo para pessoas que geralmente estão em situação de risco de drogas e
bebida e aí, nós conseguimos através do futebol, chamar eles para jogar futebol
e, ao mesmo tempo, falar do amor de Deus”, explicou Luiz Augusto, mais
conhecido como Luizinho, organizador do Campeonato.De acordo com Luizinho, nas
duas edições da Copa, cerca de 600 pessoas se converteram.
Mas existem regras que devem
ser seguidas à risca. Os jogadores devem fazer um culto de 30 minutos antes de
entrar no gramado. Cantar louvores, orar e ler algum trecho da bíblia.
Palavrões não são permitidos. Chamar palavrão durante o jogo corresponde a uma
falta que pode levar o jogador a tomar cartão vermelho.
O Boas Novas, time campeão, é
composto por jogadores da Assembleia de Deus, localizada no bairro Multirão,
Zona Letse. O lateral esquerdo do time, Jean Xavier, chegou ao estádio com
calças, camisa social e gravata. A justificativa para tanto esmero nos trajes é
motivação divina. “Eu senti que Deus queria que eu viesse assim, arrumado. Como
cristão, nós temos que dar exemplo de cristão então eu brinco de bola, mas eu
sou cristão”.
Jean contou que se converteu
através de um projeto que tinha o futebol como estratégia principal. “Através
desse projeto eu aceitei Jesus. Eu era dependente químico e como eu era
conhecido no meu bairro por jogar futebol as pessoas investiram em mim para
participar dos jogos”, disse o lateral que há oito anos se tornou cristão.
Ele contou também que ano
passado o time caiu nas semifinais contra o 20 adorar, mas que neste ano o time
conseguiu chegar às finais e ser campeão. Para ele, isso é cumprimento de uma
promessa de Deus. “Ano passado nós perdemos na semifinal. Mas o ano de 2015 é
um ano de promessa e Deus e ele permitiu que nós chegássemos na final da copa
evangélica”,disse.
Presidente em campo
Na disputa de terceiro lugar,
a equipe Kerigma venceu o 20 Adorar Futebol Clube nos pênaltis pelo
placar de 4 a 3. No tempo normal, as duas equipes ficaram no 0 a 0.
Antes das finais, houve um
amistoso entre os Missionários da Bola e o Fast Máster. Se no placar não houve
gols, lembranças e confraternizações foi o que não faltou. Do lado dos
missionários da bola, Carlão, ex-jogador do Fast e América no final da década
de 80, disse que Deus realizou o sonho de voltar a jogar em um estádio. “Deus
fez eu reviver o meu sonho, que era jogar futebol. Porque os homens, esse
sonho estava morto, mas ele (Deus) realizou o meu sonho”.
Outro jogador dos Missionários
da Bola era o presidente do Manaus FC, Luiz Mitoso. Evangélico, ele explicou a
diferença de jogar com “os irmãos em Cristo”.
“A diferença é que aqui existe
a competição, mas é uma competição saudável. O que vale ganhar são vidas para
Jesus fazer amizades, congregar aqui homens de Deus e falar do amor de Cristo.
O time é o mesmo, somos soldados de Deus”.
Do lado do Fast, a emoção era
de uma turma que jogou nas categorias de base e no time profissional do Fast
entre as décadas de 80 e 90. O projeto foi criado por Aloísio Júnior há quatro
anos. “Como todo mundo estava disperso, eu resolvi juntar todo mundo e
denominei de Fast Master e estamos fazendo jogos amistosos aqui em Manaus e no
interior. O objetivo era resgatar esse pessoal que ficou no passado onde alguns
chegaram no profissional e outros nem tanto”.