sábado, 29 de agosto de 2015

Fé em Deus e bola na rede: 2ª edição da Copa Evangélica tem o Boas Novas como campeão

Final foi realizada no sábado (22) no estádio Carlos Zamith, Zona Leste de Manaus, e sagrou como campeão o Boas Novas, que venceu o Leão de Judá por 3 a 2

Estádio Carlos Zamith, final da 2° edição da Copa Evangélica. Na saída dos vestiários Boas Novas e Leão de Judá, se preparam para entrar em campo e decidir quem será o campeão. Mas ao contrário do que se vê momentos antes de uma final, os jogadores não estão sérios ou concentrados. Entraram em campo cantando. Mesmo de times adversários, eles dão as mãos e cantam uma mesma música. “Campeão, vencedor, Deus dá asas, faz teu voo”.  Do vestiário, era possível ouví-los cantando e orando. Antes do jogo, todos se ajoelham em campo para uma oração. Até que o juiz apita o jogo.
Com o início do jogo, o Boas Novas começou  atacando, indo para cima. Se nos dois jogos que ocorreram antes da final - antes jogaram, em um amistoso, Fast Master e Missionários da Bola e aconteceu a disputa de terceiro lugar entre Kerigma e 20 adorar - as redes não balançaram, na final, o gol foi feito logo no começo do jogo.
Hamilton do Boas Novas marcou o primeiro tento. O time era melhor em campo e logo, Hamilton ampliou o placar para 2 a 0 e ainda no primeiro tempo Buiú  fez o terceiro gol. No segundo tempo, o Leão de Judá voltou melhor e criou melhores oportunidades, o Boas Novas apenas se defendeu. Com isso, o Leão de Judá conseguiu diminuir com Henrique, mas foi só. A partida terminou 3 a 1 e o Boas Novas foi campeão.
Porém, mais do que futebol, a Copa se insere no contexto de um projeto de evangelização. Os 50 times que participaram desta edição são de igrejas evangélicas. Cada time pode convidar quatro jogadores não-evangélicos para competir e com isso se inicia uma evangelização.
 “Nós temos um acompanhamento. O nosso principal objetivo é pregar o evangelho, trazer a disciplina do cristianismo para pessoas que geralmente estão em situação de risco de drogas e bebida e aí, nós conseguimos através do futebol, chamar eles para jogar futebol e, ao mesmo tempo, falar do amor de Deus”, explicou Luiz Augusto, mais conhecido como Luizinho, organizador do Campeonato.De acordo com Luizinho, nas duas edições da Copa, cerca de 600 pessoas se converteram.
Mas existem regras que devem ser seguidas à risca. Os jogadores devem fazer um culto de 30 minutos antes de entrar no gramado. Cantar louvores, orar e ler algum trecho da bíblia. Palavrões não são permitidos. Chamar palavrão durante o jogo corresponde a uma falta que pode levar o jogador a tomar cartão vermelho.
 Um caminho para Jesus
O Boas Novas, time campeão, é composto por jogadores da Assembleia de Deus, localizada no bairro Multirão, Zona Letse. O lateral esquerdo do time, Jean Xavier, chegou ao estádio com calças, camisa social e gravata. A justificativa para tanto esmero nos trajes é motivação divina. “Eu senti que Deus queria que eu viesse assim, arrumado. Como cristão, nós temos que dar exemplo de cristão então eu brinco de bola, mas eu sou cristão”.
Jean contou que se converteu através de um projeto que tinha o futebol como estratégia principal. “Através desse projeto eu aceitei Jesus. Eu era dependente químico e como eu era conhecido no meu bairro por jogar futebol as pessoas investiram em mim para participar dos jogos”, disse o lateral que há oito anos se tornou cristão.
Ele contou também que ano passado o time caiu nas semifinais contra o 20 adorar, mas que neste ano o time conseguiu chegar às finais e ser campeão. Para ele, isso é cumprimento de uma promessa de Deus. “Ano passado nós perdemos na semifinal. Mas o ano de 2015 é um ano de promessa e Deus e ele permitiu que nós chegássemos na final da copa evangélica”,disse.
Presidente em campo
Na disputa de terceiro lugar, a equipe Kerigma venceu o 20   Adorar Futebol Clube nos pênaltis pelo placar de 4 a 3. No tempo normal, as duas equipes ficaram no 0 a 0.
Antes das finais, houve um amistoso entre os Missionários da Bola e o Fast Máster. Se no placar não houve gols, lembranças e confraternizações foi o que não faltou. Do lado dos missionários da bola, Carlão, ex-jogador do Fast e América no final da década de 80, disse que Deus realizou o sonho de voltar a jogar em um estádio. “Deus fez eu reviver o meu sonho, que era jogar futebol. Porque os  homens, esse sonho estava morto, mas ele (Deus) realizou o meu sonho”.
Outro jogador dos Missionários da Bola era o presidente do Manaus FC, Luiz Mitoso. Evangélico, ele explicou a diferença de jogar com “os irmãos em Cristo”.
“A diferença é que aqui existe a competição, mas é uma competição saudável. O que vale ganhar são vidas para Jesus fazer amizades, congregar aqui homens de Deus e falar do amor de Cristo. O time é o mesmo, somos soldados de Deus”.
Do lado do Fast, a emoção era de uma turma que jogou nas categorias de base e no time profissional do Fast entre as décadas de 80 e 90. O projeto foi criado por Aloísio Júnior há quatro anos. “Como todo mundo estava disperso, eu resolvi juntar todo mundo e denominei de Fast Master e estamos fazendo jogos amistosos aqui em Manaus e no interior. O objetivo era resgatar esse pessoal que ficou no passado onde alguns chegaram no profissional e outros nem tanto”.


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