Deputado pede que a igreja evangélica acorde e entenda o que acontece
na política brasileira
O deputado Marco Feliciano (PSC/SP) muitas vezes causou polêmicas pelas
suas posturas contundentes. Durante algum tempo houve contra ele uma campanha
nacional orquestrada por movimentos de esquerda. O bordão da época era “não me
representa”. De fato, ele explica que seu objetivo é representar os
evangélicos, aqueles que o colocaram na posição que ocupa.
Procurado pelo Gospel Prime, ele falou sobre sua atuação e do que chama
de “efeito Feliciano” na Câmara. Inicialmente, justifica sua postura clara
sobre a necessidade de um impeachment da presidente Dilma Rousseff. “Não existe
golpe, o PT usa isso como mantra… o que existe é Constituição em andamento”,
esclarece.
Alerta ainda que parte da confusão que existe sobre o assunto, que
divide opiniões, é justamente por que a justificativa do impedimento é técnica.
“O que aconteceu foi um crime fiscal. O governo gastou mais que podia e tomou
empréstimo, o que não podia”, resume. O resultado foi uma dívida de 73 bilhões,
que em parte desencadeou a crise econômica que o país atravessa.
“Muitos deputados estão vendidos para o governo”, dispara. Mesmo assim,
o seu papel, e dos outros parlamentares que aprovaram o parecer na Comissão
Especial, é votar no plenário. “Não podemos condenar, apenas encaminhar”, diz,
referindo-se ao Senado, que deve julgar a questão.
Para o deputado, a situação é clara: “Não dá mais para continuar”. Sua
crítica não é apenas em relação a questões econômicas, mas inclui, sobretudo, a
maneira como o governo petista, de matiz esquerdista, vem tentando implantar os
ideais comunistas em nossa nação.
Fazendo um apanhado histórico, Feliciano não tem dúvidas que o objetivo
do PT e dos seus aliados é fazer com que o Estado passe “a ser o deus do povo”.
Lembra que a civilização moderna em parte é fruto da moral judaico-cristão.
“Esquerdistas são contra toda religião e família”, sintetiza.
Marco Feliciano explica que a Frente Parlamentar Evangélica trabalha
muito. Oficialmente, são 92 membros, e sua atuação não está resumida a debater
questões de fundo religioso. Ele reconhece, contudo, que nem todos que se dizem
membros da “Bancada da Bíblia”, agem de acordo com ela. “Tem alguns Judas”,
provoca o pastor, sem dar nomes.
Embora no passado tenha ensinado que os evangélicos não deveriam se
envolver na política, explica o que o levou a mudar de opinião. “A PL 122, que
ia contra os cristãos”, dispara.
Quando esse projeto de lei passou no Congresso, em 2006, havia a
previsão de criminalização da homofobia. Ou seja, qualquer um que dissesse, por
exemplo, que isso era pecado, estava sujeito à prisão. Havia então mais de 50
deputados evangélicos no Congresso. Somente quando o projeto chegou ao Senado
que Magno Malta (PR/ES) começou a denunciar. A “briga” foi comprada pelo pastor
Silas Malafaia e o assunto passou a ser amplamente debatido em todo o país.
“Efeito Feliciano”
Já com uma ideia diferente sobre política, Feliciano foi eleito em
2010, com mais de 200 mil votos. Sua presença na Casa Parlamentar só veio
chamar a atenção do país quando ele foi eleito presidente da Comissão dos
Direitos Humanos e Minorias (CDHM). Para o deputado, surgiu então o que chama
de “efeito Feliciano”. Olhando em retrospectiva, lembra que entre março e maio
de 2013, ele viveu em meio a uma grande “batalha”, pois foram 90 dias
ininterruptos de protestos, manifestações e ameaças de grupos LGBT. Isso se
estendeu a mídia nacional, chegando a ser notícia internacional. Órgãos de
imprensa de mais de 60 países o procuraram para falar sobre o assunto.
A análise de Marco Feliciano sobre o que ocorreu em seguida pode dar
uma impressão de ser pretensiosa. Contudo, de fato as coisas mudaram. Dilma
tinha então 75% de aprovação e maioria na Câmara. Uma manifestação de evangélicos
em Brasília, dia 5 de junho de 2013 reuniu 100 mil pessoas. O “efeito
Feliciano” o tornou um símbolo da luta contra as ideologias esquerdistas.
Vieram as manifestações do Movimento Passe Livre pouco tempo depois e, de lá
para cá, o governo foi se deteriorando até chegar na situação atual.
Intervenção divina
O pastor Feliciano acredita que isso tudo é resultado de uma ação
divina. “Deus viu que esse partido que aí está [PT] tocou no alicerce, na fé,
nas crianças. Começaram a aplicar a ideologia marxista nas escolas. Para eles a
fé é relativa”. Ele entende que o país vive, sim, uma batalha espiritual. Mas
ela não termina com o impeachment. Segundo suas contas, existem mais de 1300
projetos de lei em tramitação que “atacam a família, a fé e a liberdade de
expressão”.
Um dos mais recentes é a criação na Câmara dos Deputados de uma
Comissão permanente só para as mulheres. Mesmo que já existam 22 comissões na
casa, que abordam diferentes aspectos da sociedade, ele vê nisso uma estratégia
de feministas para fortalecerem sua luta pelo aborto. A bancada evangélica reagiu,
apresentamos várias emendas para que inclua a defesa dos direitos do nascituro
(feto).
O parlamentar apela para que a igreja entenda melhor o que acontece no
local onde se decide, em grade parte, os rumos do país. “Minha vinda para
política ajudou os evangélicos a entender que não basta ser cristão, tem de ter
coragem”, dispara.
O maior problema que vivemos com essa ideologia marxista que tenta
predominar no país. “O Estado laico protege seu direito de cultuar. O
Estado laicista é ateu, vai contra a Igreja”, alerta.
Para lutar contra isso, ele conta que está se aprimorando no que é
técnico e legislativo. Dessa forma, está atuando de maneira mais eficaz. Ainda
que tenha vencido algumas batalhas, sabe que novas lutas virão. Portanto, ele
enfatiza a necessidade de uma participação mais eficaz da igreja em meio a
todas essas questões: “a bancada evangélica precisa acordar!”.
Fonte: GospelPrime
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