Viviany Beleboni, transexual que usou uma cruz em sua performance
durante a Parada Gay 2015, foi intimado a depor na 78ª Delegacia de Polícia de
São Paulo (SP), para explicar as acusações de ultraje a símbolo religioso.
A informação sobre a intimação foi divulgada na página de Beleboni no
Facebook: “No Brasil funciona assim… Você que é LGBT e o ano todo descriminado
(sic) (a) morto (a) espancado (a) difamado (a) agredido (a), posto para fora de
sua casa pela própria família, perde emprego por ser LGBT, é satirizada (o) por
inúmeros programas de televisão, jornais eventos. E aí você vai reagir de uma
forma artística gritando socorro menos de um dia fazem uma montagem nojenta
para distorcer a população, e é indiciada a delegacia por uma bancada
evangélica, só tenho uma coisa a dizer, se vocês acham, vou repetir de novo
(acham, ‘pensam’) que vão me calar, estão perdendo o tempo de vocês, lutarei
até o fim por democracia que não existe nesse pais graças a vocês seus
hipócritas”, disparou o transexual.
A representação
foi movida junto ao Ministério Público Estadual (MP-SP) pela
Associação das Igrejas Evangélicas de São Paulo, ainda em 2015. A intimação
para o depoimento de Beleboni só foi emitida agora. Nesse intervalo, o
transexual desfilou novamente na Parada Gay e reiterou os ataques aos símbolos
da fé cristã e à bancada evangélica no Congresso Nacional.
De acordo com informações do G1, a advogada de Beleboni, Cristiane
Leandro de Novais, o MP-SP investiga se o transexual violou o artigo 208 do
Código Penal, ao ultrajar símbolo religioso.
“Brasil, o país da teocracia! É pra glorificar de pé! Ao contrário de
alguns covardes que distorcem e incitam ódio a LGBTS ano todo, estarei presente
com minha advogada [na delegacia para prestar depoimento]”, acrescentou
Beleboni em seu texto, ironizando os dizeres comuns a evangélicos pentecostais.
A intimação aponta que Viviany deve prestar depoimento à polícia no próximo dia
21 de junho.
“Não houve ato criminoso, não houve escárnio, não houve repúdio a atos
religiosos, houve encenação onde ela manifestou, em uma representação, as
mortes e a violência contra o movimento LGBT”, argumentou a advogada.
Fonte: Gnotícias
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