sexta-feira, 15 de maio de 2020

Em culto da Mundial em tribo indígena, líder diz que ‘não existe mais coronavírus

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Foto ilustrativa

A celebração do Dia das Mães com um culto evangélico em um território indígena do Amazonas se tornou notícia por conta da aglomeração de pessoas no templo sem o uso de máscaras e por contrariar um decreto local que proíbe os indígenas de deixarem suas aldeias.

O culto, celebrado numa filial da Igreja Mundial do Poder de Deus na cidade de Benjamin Constant (AM), reuniu mais de 40 pessoas, a maioria delas do território Tikuna Feijoal.

O jornal Extra denunciou que um dos líderes da congregação dizia aos presentes para não se preocuparem com a pandemia do novo coronavírus.

“Brasil não tem mais pandemia de coronavírus. Nós vencemos. Pandemia? Acabou!”, dizia a pessoa no áudio obtido pelo jornal. Um vídeo publicado no Facebook mostra que a celebração realmente aconteceu, com crianças e idosos presentes no templo.

“Nós não precisamos ter medo do que acontece no Brasil. Estou muito feliz e agradecendo a Deus porque a pandemia de coronavírus não tem mais. Nós vencemos. Jesus em primeiro lugar. Deus profetizou dizendo que o Brasil não vai mais ser atingido pelo coronavírus. Nós não temos medo dessa doença. Não existe mais coronavírus, gente. Pandemia? Acabou! Não tem. É a vitória é do nosso Senhor Salvador Jesus Cristo”, diz a pessoa no áudio.

O dirigente da igreja é o pastor Davi Felix Cecílio, monitor bilíngue da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) que participou do culto. O jornal do Grupo Globo atribui a voz ao irmão do pastor, Beto Fernandes Torres, que é professor da escola estadual indígena Cacique Manuel Florentino Mecüracü.

A FUNAI foi procurada para comentar o episódio, mas não se manifestou. Os números da pandemia entre os indígenas até a última terça-feira, 12 de maio, são baixos em relação ao restante do país. Ao todo, 222 pessoas foram infectadas pelo novo coronavírus, sendo que 100 destes na microrregião do Alto Solimões, área onde a Tikuna Feijoal está situada e que já registrou 10 mortes de nativos.

No diálogo com os fiéis, Beto teria incentivado à oração por outras partes do mundo: “Não é para ter medo. Essa doença é de Deus, essa doença é d’Ele. Deus colocou mais doença na China, nos países de primeiro lugar, que não acreditava em Deus. Essa é a vitória que Deus está dando para nós”.

O coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei Alto Solimões), Weydson Gossel Pereira, não quis comentar o caso, enquanto que a Sesai ainda não se manifestou sobre os questionamentos feitos pelo Extra.

Fonte: Gospel+

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