segunda-feira, 11 de maio de 2020

Pastores repudiam fala de prefeito sobre igrejas reabrirem para “faturar”

Líderes de diversas denominações condenaram declaração de Nelson Marchezan Jr.
Nelson Marchezan na Igreja Mundial do Poder de Deus (Ricardo Giusti / PMPA)

A fala do prefeito Nelson Marchezan Jr., de Porto Alegre, causou indignação entre os evangélicos, levando diversos pastores a rebater a afirmação de que igrejas querem reabrir os templos “por um motivo torpe, que é reunir pessoas para faturar“.

O Gospel Prime entrou em contato com alguns dos líderes mais conhecidos do Rio Grande do Sul, que consideraram a fala um ato grave de desrespeito e preconceito contra as igrejas, que fazem um importante trabalho de ajuda humanitária e espiritual.

Para o pastor Adalberto dos Santos Dutra, presidente da Convenção de Igrejas e Pastores da Assembleia de Deus do Rio Grande do Sul (CIAPADERGS) e líder da Assembleia de Deus em Caxias do Sul, a fala do prefeito é inaceitável e demonstra que ele não tem conhecimento sobre os trabalhos realizados pela Igreja.

“Em nome do povo assembleiano, do Rio Grande do Sul, quero dizer para o prefeito que nós repudiamos, nós não aceitamos isso. O senhor demonstrou ignorância pelo trabalho que nossa igreja realiza”, enfatizou.

Já para o pastor Paulo Pereira, líder da Assembleia de Deus em Gravataí, o prefeito perdeu uma oportunidade de articulação e parceria com as igrejas, em um tempo que “toda a sociedade deveria se unir”.

“Se equivoca, generaliza e discrimina ao usar as expressões ‘faturar’ e ‘torpe’ em relação ao anseio da abertura dos templos em tempo de pandemia”, disse.

Ao mesmo tempo, o pastor enfatizou que os trabalhos realizados pelas igrejas acontecem, em sua maioria, por pessoas voluntárias e salientou a importância de uma “nova postura nos relacionamentos sociais”.

Daniel Fich, pastor presidente da Assembleia de Deus de Lajeado, considerou “lamentável” a maneira como o prefeito de Porto Alegre se dirigiu às igrejas.

“Lamentável a maneira que o prefeito Marchezan se dirigiu às igrejas. Com adjetivos pejorativos, ofendeu os séculos de contribuição do cristianismo e todo o serviço espiritual e social que a igreja desenvolve”, disse.

Diante da ofensa do prefeito, o pastor Wagner Medida, presidente da Convenção da Assembleia de Deus no Brasil no Rio Grande do Sul (CADBRGS), afirmou que o trabalho da Igreja vai além de qualquer valor econômico.

“O papel da Igreja Cristã Evangélica vai muito além de querer “faturar”, mas sim, de anunciar o evangelho de Jesus Cristo, e, por outro lado, auxiliar o poder público, atendendo a princípios constitucionais, em especial, o da dignidade da pessoa humana, um valor moral e espiritual, que vai além de qualquer valor econômico. A igreja é responsável por um grande papel social e deve ser respeitada”, enfatizou.

Igualmente, o pastor Pedro Elias, presidente da Assembleia de Deus Ministério União de Porto Alegre e vice-presidente da CADBRGS, apontou a “incoerência” da declaração de Nelson Marchezan.

“No afã de atacar uma igreja, não só colocou em xeque a lisura e a imparcialidade de seu governo, como ofendeu profundamente a todos os evangelicos. Classificar por infeliz o comentário do senhor prefeito é minimizar sua postura desastrosa, preconceituosa e parcial”, criticou.

Fonte: Gospel Prime

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