Líderes de diversas denominações condenaram declaração de Nelson Marchezan Jr.
Nelson Marchezan na Igreja Mundial do Poder de Deus (Ricardo Giusti / PMPA)
A fala do prefeito Nelson Marchezan Jr., de Porto Alegre, causou indignação entre os evangélicos, levando diversos pastores a rebater a afirmação de que igrejas querem reabrir os templos “por um motivo torpe, que é reunir pessoas para faturar“.
O Gospel Prime entrou em contato com alguns dos líderes mais conhecidos do Rio Grande do Sul, que consideraram a fala um ato grave de desrespeito e preconceito contra as igrejas, que fazem um importante trabalho de ajuda humanitária e espiritual.
Para o pastor Adalberto dos Santos Dutra, presidente da Convenção de Igrejas e Pastores da Assembleia de Deus do Rio Grande do Sul (CIAPADERGS) e líder da Assembleia de Deus em Caxias do Sul, a fala do prefeito é inaceitável e demonstra que ele não tem conhecimento sobre os trabalhos realizados pela Igreja.
“Em nome do povo assembleiano, do Rio Grande do Sul, quero dizer para o prefeito que nós repudiamos, nós não aceitamos isso. O senhor demonstrou ignorância pelo trabalho que nossa igreja realiza”, enfatizou.
Já para o pastor Paulo Pereira, líder da Assembleia de Deus em Gravataí, o prefeito perdeu uma oportunidade de articulação e parceria com as igrejas, em um tempo que “toda a sociedade deveria se unir”.
“Se equivoca, generaliza e discrimina ao usar as expressões ‘faturar’ e ‘torpe’ em relação ao anseio da abertura dos templos em tempo de pandemia”, disse.
Ao mesmo tempo, o pastor enfatizou que os trabalhos realizados pelas igrejas acontecem, em sua maioria, por pessoas voluntárias e salientou a importância de uma “nova postura nos relacionamentos sociais”.
Daniel Fich, pastor presidente da Assembleia de Deus de Lajeado, considerou “lamentável” a maneira como o prefeito de Porto Alegre se dirigiu às igrejas.
“Lamentável a maneira que o prefeito Marchezan se dirigiu às igrejas. Com adjetivos pejorativos, ofendeu os séculos de contribuição do cristianismo e todo o serviço espiritual e social que a igreja desenvolve”, disse.
Diante da ofensa do prefeito, o pastor Wagner Medida, presidente da Convenção da Assembleia de Deus no Brasil no Rio Grande do Sul (CADBRGS), afirmou que o trabalho da Igreja vai além de qualquer valor econômico.
“O papel da Igreja Cristã Evangélica vai muito além de querer “faturar”, mas sim, de anunciar o evangelho de Jesus Cristo, e, por outro lado, auxiliar o poder público, atendendo a princípios constitucionais, em especial, o da dignidade da pessoa humana, um valor moral e espiritual, que vai além de qualquer valor econômico. A igreja é responsável por um grande papel social e deve ser respeitada”, enfatizou.
Igualmente, o pastor Pedro Elias, presidente da Assembleia de Deus Ministério União de Porto Alegre e vice-presidente da CADBRGS, apontou a “incoerência” da declaração de Nelson Marchezan.
“No afã de atacar uma igreja, não só colocou em xeque a lisura e a imparcialidade de seu governo, como ofendeu profundamente a todos os evangelicos. Classificar por infeliz o comentário do senhor prefeito é minimizar sua postura desastrosa, preconceituosa e parcial”, criticou.
Fonte: Gospel Prime
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