Como tratar de uma pessoa com COVID 19 em casa!

Introdução:

Não despreze os sintomas

Aqui não quero me deter em fatos científicos e ou embasamentos de medicina. O meu desejo é contar para o maior número de pessoas como vencemos a COVID 19 em uma cidade em que o sistema de saúde está todo em colapso. Vou mostrar aqui o que nós a família fizemos para vencer essa doença.

Lembrando que o Paciente já estava com quadro infeccioso e estava com os pulmões com 50% comprometidos.

Salientando que não somos médicos e nem profissionais de saúde, mais queremos compartilhar com vocês para que mais vidas possam ser salvas.

Nesse link você pode ter informações sobre os sintomas da COVID 19:

Clique aqui para saber mais:

I. Descobrir o quanto antes, melhor:

Descobrir a doença no seu início ainda é uma das melhores maneiras de fazer o tratamento. Mai o que fazer quando não se descobre no início? Esse foi o nosso caso, e aí as coisas ficaram um pouco mais complicadas. Com muita determinação, trabalho e a busca por ajuda especializada impediu que o nosso paciente fosse internado.Mais ouvimos de muitos amigos que descobriram a doença nos primeiros dias e só tiveram de tomar os remédios receitados e fazer uma boa alimentação, e repouso. Dentro de poucos dias estavam bem.

II. Fazer o teste o mais rápido possível

Hoje com essa nova onda, não podemos descartar nem um sintoma, pode ser que seja tão somente uma gripe, ou um resfriado, mais enquanto não fizer o teste, não tem como saber com 100% de certeza. Hoje temos a Rede Pública de Saúde que deveria nos dar gratuitamente esses testes, mais infelizmente nem todos conseguem. 

Na cidade de Uberlândia tem muitos lugares onde se pode fazer o teste. E é claro tem de ser pago.

O de sangue custa em média 89,00 reais.

O do Cotonete custa em média 190,00 reais.

Qual deles devo fazer?

Eu fiz os dois pois estava em contato direto com o paciente e para ter 100% de certeza fiz os dois. Está com sintomas? Qual fazer?

Agora quero mostrar alguns parâmetros que acabei de receber, e que podem sofrer variações conforme se segue:

Rede Particular

Se os sintomas estão entre o dia 2 ao 7 dia deverá fazer o de cotonete.

Do 8 dia em diante deve ser feito o de sangue.

Rede Pública de Uberlândia

No HC-UFU, nas UAIS e no Municipal somente com 4 dias para não ter erros

Fiocruz

Pelo protocolo da Fiocruz a partir do 3 dia e até o 7

Ministério da Saúde

Pelo Ministério da Saúde de  4 dia até o 8.. do 8 em diante sangue

Como aconteceu com o nosso paciente: O médico pediu o de sangue baseado nos dias que o paciente informou dos sintomas, deu negativo. A pessoa não melhorava, então o médico pediu o do Cotonete, aí deu positivo. Com isso houve um atraso de pelo menos 5 dias para se começar de fato o tratamento. E com essa doença não podemos brincar, cada dia vale muito.

III. Fazer a contra prova

Se tiver qualquer dúvida quanto ao resultado o ideal é fazer outro exame para que possa ser dissipada qualquer dúvida.

IV. Procurar um médico imediatamente

E agora deu positivo? A batalha vai começar de fato agora. 

Aqui em Uberlândia os Hospitais estão lotados, e não tem nem uma vaga nas UTIS, procurar um posto de saúde nessa situação, fora de questão.

O que fizemos? Foi acionado pelo menos duas ou três pessoas para buscar um médico que pudesse atender em casa, e assim fizemos. Conseguimos uma médica que foi excelente, muito atenciosa e muito profissional, a qual veio a nossa casa.

Avaliou o paciente e já entrou imediatamente com as medicações necessárias. Dentro de pouco tempo o paciente já estava sendo medicado por uma enfermeira profissional.

V. Sistemas de saúde do Brasil em Colapso. (Particular)

Com o sistema de saúde em colapso nós sabíamos que não poderíamos contar com nem uma ajuda do estado ou município. Teríamos de fazer tudo por nossa conta, e foi o que fizemos. Sem medir esforços ou sacrifícios.

VI. Não medir esforços em três áreas muito essenciais:

1. Medicação:

No nosso caso a médica passou uma série de medicamentos, e alguns não foram baratos. Mais nessa hora todo esforço é no sentido de providenciar o mais rápido possível aquilo que está sendo solicitado.

2. Exames:

Foram solicitados uma bateria de exames de sangue, Urina e uma tomografia. Essa tomografia é que vai mostrar o grau de comprometimento dos pulmões. Geralmente não é muito barata, mais precisa ser feita imediatamente, pois sem ela o médico não tem como precisar a área afetada e consequentemente prescrever os medicamentos corretos.

Assim que chegou o resultado, a área afetada seria de 40 a 50% dos pulmões comprometidas, e por isso novos procedimentos teriam de ser adotados imediatamente.

3. Equipamentos e mais medicamentos:

1. Mais medicamentos e mais potentes.

2. Aparelho para fazer nebulização

3. Aparelho de Oxigênio

4. Oxímetro

Com esses cuidados elevamos os cuidados para quase uma UTI domiciliar.

VI. Vigilância Nível UTI

Agora com o quadro estabelecido de moderado a grave era a hora de dobrar a vigilância dia e noite para monitorar, principalmente a 'Saturação". Esse monitoramento foi feito de dia e noite, pois a saturação não poderia baixar de certo número. Para isso usamos um pequeno aparelho indispensável nessa hora, o Oxímetro, o qual vou deixar um paragrafo só para ele.

VII. Ter profissionais especializados para os atendimentos

Nessa altura a médica pediu além da enfermeira que já estava indo todas as noites para aplicar soro, e remédios ela solicitou uma fisioterapeuta especializada em exercícios de pulmão, o qual conseguimos no mesmo dia. Aliás, depois dela avaliar o paciente, disse que não seria necessário fazer exercícios naquele momento do tratamento.

VIII. Não ter medo do paciente

A médica que foi na nossa casa disse que o que está ajudando a aumentar os óbitos é o medo que os familiares tem do doente. Nessa hora é muito importante não ter esse medo, mesmo sabendo da possibilidade de que você possa ser contaminado.

O que fizemos foi tomar precauções muito rígidas a respeito do paciente, mais ainda sim cuidando muito bem do nosso ente querido.

IX. O pavor dos acompanhantes, o OXÍMETRO

Tivemos na família mais duas pessoas que foram internadas em outro estado.Quem estava cuidando delas, usava esse aparelho em intervalos muito curtos e a gente chega a ficar impressionado com ele. A cada momento que colocávamos e esperança que o bip não soasse. Lá com a minha prima, as enfermeiras chegaram a tomar dela um dia.

Mais o medo se resume ao fato de que ele tem de mostrar uma "Saturação" até no mínimo desejado, sem poder baixar.

Nessa fase é que entra o respirador: Para não deixar a Saturação cair, usávamos o Oxigênio, no começo de dia e noite, mais a medida que o paciente foi melhorando, só anoite, depois nem a noite.

X. Contar com ajuda externa de pessoas capacitadas. 

Médico

Para nossa alegria tivemos uma ajuda extra do médico que cuidou dos meus familiares no outro estado e que é especialista nessa área. Pelo menos duas vezes ele checou os medicamentos e leu a tomografia.

Com isso ele passou a segurança para nós, que estávamos indo na direção certa.

XI. Não relaxar a vigilância

Até que tudo estivesse bem melhor, não poderíamos baixar a guarda. Cuidar de uma forma intensiva, pois sabíamos ser essa doença muito traiçoeira.

XII. Um fator extremamente Útil, a Fé:

Nessa hora é muito importante ter fé em Deus, para que possamos restabelecer o mais rápido possível. Já temos artigos de medicina que os estudos mostraram que a fé ajuda em muito a recuperação do paciente.

IMPORTANTE: ESSE ARTIGO PODERÁ SOFRER ALTERAÇÕES, CASO SE FAÇA NECESSÁRIO"

Wanderlei Vieira

Uberlândia 13 de março de 2021