Grupo se posiciona contra projeto fundiário
por dar, a cônjuges do mesmo sexo, o direito a terra
A votação do projeto do
Executivo na Assembleia Legislativa de Pernambuco, que institui a Política
Estadual de Regularização Fundiária de Interesse Social para garantir direitos
a cerca de 100 mil famílias de baixa renda e regularizar ocupações e
assentamentos no estado, foi cercada de muita polêmica ontem. O debate
levantado pelo deputado Daniel Coelho (PSB) girava em torno do governo não ter
submetido o projeto para apreciação do Conselho Estadual da Cidade
(ConCidades). O ápice da discussão, no entanto, aconteceu em função da reação
da bancada evangélica. O grupo se posicionou e votou contra a proposta em
função do artigo 3º do projeto incluir a relação homoafetiva como entidade
familiar com direito ao benefício.
O texto do Poder Executivo
define entidade familiar aquela constituída pelos cônjuges ou companheiros,
homoafetivos ou não, bem como pela família unipessoal, monoparental e
anaparental. A reação dos deputados evangélicos foi de rejeitar e bater
fortemente contra a iniciativa do governo Eduardo Campos (PSB). Além do
deputado do PSB, presbítero Adalto Santos, votaram contra a proposta o pastor
Cleiton Collins (PP), o pastor Ossésio (PRB) e o petista Odacy Amorim.
O projeto foi aprovado ontem
em primeira discussão. A bancada evangélica espera apresentar uma emenda
suprimindo a parte do artigo que trata do benefício para a relação homoafetiva.
A proposta voltará a ser discutida hoje, em segunda discussão. Inconformado com
o placar, o pastor Cleiton Collins começou a recolher assinaturas para
apresentar o requerimento que exclua o termo homoafetivo.
Cleiton Collins prometeu fazer
uma “peregrinação para conseguir o apoio dos colegas deputados. Ontem, ele
conseguiu as assinaturas de Marcantônio Dourado (PSB), Sílvio Costa Filho
(PTB), Ricardo Costa (PMDB) e José Maurício (PP) para seu requerimento
tramitar. São necessárias 17 assinaturas. O líder do governo, deputado Waldemar
Borges (PSB), enfatizou a importância do projeto e lamentou que a aprovação não
tenha acontecido de maneira unânime. O socialista disse, ainda, que não via
problema em os integrantes do ConCidades apresentarem sugestões para serem
incluídas no projeto e apreciadas em segunda votação, desde que não mutilem a
proposta original.
Defesa e ataque
Deputados expõem suas opiniões
em relação à inclusão da relação homoafetiva
entre os beneficiados pelo projeto
entre os beneficiados pelo projeto
Daniel Coelho (PSDB)
O projeto é de alcance social e tem o apoio do PSDB pela importância que tem. É uma dívida histórica de mais de 30 anos com as famílias. Contudo, o governo tem que escutar o Conselho da Cidade, órgão criado pelo Executivo e que foi aprovado aqui naCasa”
O projeto é de alcance social e tem o apoio do PSDB pela importância que tem. É uma dívida histórica de mais de 30 anos com as famílias. Contudo, o governo tem que escutar o Conselho da Cidade, órgão criado pelo Executivo e que foi aprovado aqui naCasa”
Waldemar Borges (PSB)
“Discordo da posição da bancada evangélica e lamento que a aprovação não tenha acontecido por unanimidade. O projeto vai beneficiar milhares de famílias de baixa renda”
“Discordo da posição da bancada evangélica e lamento que a aprovação não tenha acontecido por unanimidade. O projeto vai beneficiar milhares de famílias de baixa renda”
Cleiton Collins (PP)
“Não tivemos como suprimir (o parágrafo) porque foi em regime de urgência. O estado não tem quese preocupar com a opção sexual de ninguém. Não se pode criar uma lei para beneficiar uma minoria”
“Não tivemos como suprimir (o parágrafo) porque foi em regime de urgência. O estado não tem quese preocupar com a opção sexual de ninguém. Não se pode criar uma lei para beneficiar uma minoria”
pastor Adalto Santos (PSB)
"Não vamos correr o risco de expor a bancada evangélica e depois dizer que a gente defendeu isso. Não vão descer de goela abaixo. Eles não formam familiar. Não vamos ficar calados”
"Não vamos correr o risco de expor a bancada evangélica e depois dizer que a gente defendeu isso. Não vão descer de goela abaixo. Eles não formam familiar. Não vamos ficar calados”
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