A denúncia que implica uma das
filiais da Assembleia de Deus Madureira no suposto repasse de propina do
petrolão a Eduardo Cunha (PMDB-RJ) expôs a estreita relação que o deputado
mantém com a família Ferreira, que comanda a denominação no país.
Eduardo Cunha é membro de
congregação dirigida pelo pastor Abner Ferreira no Rio de Janeiro. O depósito
de R$ 250 mil foi feito por uma das empresas de Júlio Camargo, um dos delatores da
Operação Lava-Jato, a uma congregação do Ministério Madureira em Campinas,
interior de São Paulo.
Essa congregação (foto) é
dirigida pelo pastor Manoel Ferreira Netto, sobrinho de Abner e filho de Samuel
Ferreira, líder da Assembleia de Deus no Brás (ADBrás), filiada ao mesmo
ministério. Abner e Samuel são filhos do bispo Manoel Ferreira, presidente da
Convenção Nacional das Assembleias de Deus Madureira (CONAMAD), que apoiou a candidatura de Dilma Rousseff (PT) à
reeleição em 2014. Coincidentemente o Partido dos Trabalhadores é apontado como
o mentor e principal beneficiado do esquema de corrupção e desvio de dinheiro
da Petrobras.
Quando Cunha foi eleito
presidente da Câmara, em janeiro deste ano, um culto de agradecimento foi feito
no templo do Rio de Janeiro onde Abner é pastor. Na ocasião, o pastor enalteceu
o fato de que Cunha passaria a ser o primeiro nome da lista sucessória em caso
de impugnação da chapa Dilma/Temer, ou de renúncia de ambos: “Satanás teve que
recolher cada uma das ferramentas contra nós. Nosso irmão em Cristo é o
terceiro homem mais importante da República”, afirmou, de acordo com
informações do jornal O Globo.
As denúncias da
Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Cunha fizeram a imprensa acender
holofotes sobre a família Ferreira. O pastor Abner, por exemplo, teve um de
seus discursos sobre corrupção lembrados pelo jornal Folha de S. Paulo: “Aqui
não se vende milagre, nem prodígio e nem maravilha. Homem de Deus não aceita
dinheiro sujo”, teria dito o líder assembleiano, em maio do ano passado.
Diante de tal cenário, a
postura dos pastores Ferreira tem sido de cautela. Nenhuma declaração foi feita
por Abner, Samuel ou Ferreira Netto, e de acordo com um dos advogados da
denominação, o posicionamento permanecerá como está.
“Ele ainda não foi condenado
em nada. Por enquanto, há indícios e são fortes. Lógico que os indícios não
deixam de ser preocupantes, mas enquanto não há sentença condenatória contra
ele parte-se do princípio de que há inocência”, afirmou Orivaldo Prattis, que é
pastor e advogado da denominação, de acordo com informações do jornal O Estado
de S. Paulo.
Fonte Gnotícias
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