quarta-feira, 24 de junho de 2020

Jornalista JP Cuenca sugere que Bolsonaro seja ‘enforcado nas tripas’ de pastor da Universa

JP Cuenca sugere que Bolsonaro seja 'enforcado nas tripas' de pastor

Uma declaração polêmica, feita sob o rótulo de uma paráfrase, por parte do jornalista JP Cuenca – militante de esquerda – resultou em sua demissão da revista para a qual escrevia. A declaração polêmica envolvia menções à morte da família Bolsonaro e de pastores da Igreja Universal do Reino de Deus.

JP Cuenca, jornalista que publicava na versão brasileira da agência alemã Deutsch Welle (DW) e também no portal The Intercept Brasil, fundado pelo jornalista Glenn Greenwald, usou o Twitter para fazer uma paráfrase de uma conhecida frase do padre francês Jean Meslier (1664 – 1729): “O brasileiro só será livre quando o último Bolsonaro for enforcado nas tripas do último pastor da Igreja Universal”.

A frase original do padre – que depois se assumiu ateu – dizia “o homem só será livre quando o último rei for enforcado nas tripas do último padre”. A iniciativa de Cuenca não foi tolerada pela revista DW, que anunciou o cancelamento da coluna do jornalista, chamada “Periscópio”.

“A DW comunica que deixa de publicar a coluna quinzenal Periscópio, de JP Cuenca, após o colunista ter escrito, em perfil privado nas redes sociais, mensagem que contraria os nossos valores. A Deutsche Welle repudia, naturalmente, qualquer tipo de discurso de ódio e incitação à violência. O direito universal à liberdade de imprensa e de expressão continua sendo defendido, evidentemente, mas ele não se aplica no caso de tais declarações”, anunciou a revista, também no Twitter.

A Igreja Universal usou seu portal para comentar a declaração do jornalista: Mais uma vez, a Universal foi alvo de um discurso de ódio. Desta vez, o jornalista do site The Intercept Brasil, João Paulo Cuenca, conhecido como JP Cuenca, fez uma publicação em sua rede social onde dizia: ‘O brasileiro só será livre quando o último Bolsonaro for enforcado nas tripas do último pastor da Igreja Universal’. Depois de sua publicação, a coragem parece ter o abandonado e JP trancou sua conta, impedindo as pessoas de acessar o conteúdo compartilhado por ele. Além disso, seu discurso de ódio afetou, diretamente, o seu bolso”, comentou a instituição.

A Universal também criticou “o jornalista e seus fãs” por tentarem minimizar o significado das palavras ao referenciarem como uma reprodução contemporânea da fala original: “Utilizam da frase do padre ateu para vitimizar o discurso de Cuenca. Todavia, é importante dizer que, independentemente se a frase foi dita por Meslier ou por Cuenca, ambas trazem consigo ódio e preconceito e, hoje, trará consequências ao jornalista. A própria lei brasileira, que estabelece o crime de vilipêndio religioso, pode servir como instrumento de acusação”.

Embora tenha denotado a possibilidade de processar JP Cuenca, a Universal não anunciou formalmente que abrirá um processo contra o jornalista, mas ressaltou sua postura de crítica contra o duplo padrão adotado pelo segmento ideológico do qual o profissional faz parte.

“A militância progressista, que JP faz parte, prega democracia e pluralidade de ideias, mas, na prática, essas pessoas não querem diálogo com quem não pensa como eles. Pedem respeito às religiões, mas são os primeiros a atacar aquelas que não fazem parte de seus pensamentos ideológicos. O que mais impressiona é que essas pessoas, que não respeitam a escolha e crença de outras, pregam amor e fraternidade. A realidade é que o amor e fraternidade só são destinados a quem concorda com eles”, acrescentou a publicação da Igreja Universal.

Justiça
De acordo com o portal de esquerda Revista Fórum, o jornalista anunciou que processará a DW por considerar o comunicado de sua demissão “mentiroso, covarde e difamatório”.

“É desconcertante ver um veículo alemão caindo no jogo persecutório de elementos fascistas no Brasil e me perguntar se ele teria feito a mesma coisa em outros momentos da história da Alemanha”, queixou-se. “Não aceito ser e caluniado e difamado, de forma alguma, pela imprensa supostamente livre e democrática que deveria me apoiar contra um linchamento virtual de origem fascista que contou com dezenas de ameaças de morte recebidas via inbox nas últimas 72 horas O meu tweet em questão não contém discurso ‘de ódio e incitação à violência’ e qualquer um com o mínimo de leitura é capaz de perceber isso”, declarou JP Cuenca, dizendo estar se preparando para tomar “medidas cabíveis” para levar o caso “às últimas consequências”.
Fonte: Gospel+

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