A Convenção Batista do Sul,
nos Estados Unidos, decidiu derrubar a proibição a seus líderes de orarem e/ou
falarem em línguas. A medida estava em voga desde 2005, quando uma diretriz da
Junta de Missões Mundiais proibiu a prática para missionários.
A discussão teológica em torno
do assunto é antiga e controversa. Entre muitas igrejas protestantes
históricas, o entendimento é que a manifestação do dom de línguas foi limitada
aos apóstolos que viveram nos anos posteriores à ascensão de Jesus ressurreto
aos céus. Para estes, o derramar do Espírito Santo em Atos foi um evento
específico para aquela época.
A partir desse entendimento, a
Convenção Batista do Sul resolveu proibir a prática do que chamam de
glossolalia em suas igrejas, como forma de se diferenciar de outras
denominações pentecostais e carismáticas.
Na última quarta-feira, 13 de
maio, foi decidido que vocacionados para missões que se candidatarem à função
não serão mais desclassificados se afirmarem que oram em línguas espirituais.
“Em muitas partes do mundo,
essas experiências carismáticas são normativas”, disse Bill Leonard, professor
de história da igreja em Wake Forest Divinity School, justificando o porquê da
mudança de postura. “Os grupos religiosos que se opõem a eles ficam para trás
evangelisticamente”, acrescentou, em entrevista ao Religion News Service.
“Se alguém dissesse que orou em línguas, era
automaticamente desclassificado, para ser honesto”, disse o pastor Wade
Burleson, um dos que se opunham à proibição.
No entanto, a revisão da regra
não significa que os missionários que não recebem o dom não serão mais
selecionados para o campo. O Conselho de Missões ressaltou que continuará
reprovando os missionários que apresentam “ênfase persistente em um dom
específico do Espírito como normativa para todos ou para a extensão”, pois essa
doutrina “se torna perturbadora”. Não é raro encontrar igrejas pentecostais ou
neopentecostais que condicionam o reconhecimento do batismo com o Espírito
Santo à manifestação do dom de línguas.
Fonte: Gnotícias
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