O brasileiro Rodrigo Gularte,
42 anos, foi executado na Indonésia na última terça-feira, 28 de abril, e
afirmou que iria para o céu assim que fosse fuzilado.
“Daqui irei para o céu e
ficarei na porta esperando por vocês”, disse o brasileiro, no encontro final
com sua prima, Angelita Muxfeldt, e com o representante do governo brasileiro,
Leonardo Carvalho Monteiro, maior autoridade brasileira no país, já que a presidente
Dilma Rousseff (PT) chamou o embaixador de volta ao Brasil após a execução de
Marco Archer Cardoso Moreira, em janeiro.
Gularte era cristão e vinha
recebendo acompanhamento espiritual de um padre que atua na prisão de
Nusakambangan, onde ele estava detido.
Monteiro, que acompanhou os
disparos da execução à distância, ao lado da prima de Gularte, afirmou que o
fuzilamento ocorreu por volta de 0h25 (horário local, 14h25 em Brasília):
“Foram vários tiros fortes e ao mesmo tempo”, disse à BBC.
Angelita disse à imprensa que
nunca tinha visto o primo tão calmo desde que havia sido condenado: “Ele não
queria que eu chorasse”, afirmou. Na última segunda-feira, 27 de abril, Gularte
fez o último contato com sua mãe, Clarisse, 70 anos, por telefone, numa conversa
que durou aproximadamente 20 minutos. Ela havia visitado o filho em fevereiro e
retornou no Brasil.
Além de Gularte, outro cristão
foi executado ontem, por ter sido condenado pelo mesmo crime. Andrew Chan, 31
anos, era de Sydney, na Austrália, e havia integrado o grupo “Nove de Bali”,
nome pelo qual ficaram conhecidos os australianos presos em 17 de abril de
2005, ao tentarem deixar a Indonésia com 8 quilos de heroína, avaliados em US$
3 milhões, com destino à Austrália.
De acordo com informações do
site alemão Deutsche Welle, Chan era filho de imigrantes chineses, e havia se
tornado um cristão fervoroso na penitenciária. Após seis meses estudando teologia,
foi ordenado ao ministério pastoral, em fevereiro desse ano.
Às vésperas da execução, o
pastor casou-se com uma indonésia, também pastora, numa cerimônia realizada na
prisão. Eles se conheceram anos atrás, quando ela fazia evangelismo e trabalho
voluntário junto aos detentos.
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