Primeira
diferença: Cultural
Neste
artigo quero falar sobre algumas das diferenças culturais entre o Brasil e
os Estados Unidos. Meu objetivo aqui não é dizer qual a “melhor” cultura ou
país, mas mostrar algumas coisas que devem ser levadas em conta por quem quer
morar fora. Também vale ressaltar que eu moro nos EUA há alguns meses e não
conheço todos os estados (nem daqui nem do Brasil). Por isso, é possível
que haja pessoas discordando de mim.
Organização e
ordem
[Nos
Estados Unidos] O respeito é tão grande que eu, acostumado com a realidade
brasileira, (ainda) fico pasmo quando carros param na placa “Pare”.
No
Brasil, eu estava acostumado a encarar leis e normas como algo opcional. Quase
ninguém para na faixa, respeita fila ou horário de silêncio. Todo mundo se
enxerga como um caso à parte: fura fila porque está com pressa, estaciona na
vaga de deficiente porque já vai estar de volta e põe música alta porque,
afinal, é festa de aniversário. Consequentemente, sempre tem alguém burlando
alguma lei e passando os outros para trás.
Nos
Estados Unidos, sinto que há um respeito maior pelas leis. O respeito é tão
grande que eu, acostumado com a realidade brasileira, (ainda) fico pasmo quando
carros param na placa “Pare” e quando uma multidão se organiza e se enfileira
em uma fração de segundo. Isso pode ser até estranho ou incômodo de vez em
quando, mas torna a minha vida muito mais fácil em 99% das ocasiões.
O contato
interpessoal
No
Brasil, praticamente todo momento é uma oportunidade para conhecer alguém novo
e dar risada. Aqui, a situação é bem diferente.
No
Brasil, qualquer situação é motivo para bater papo. Pode ser a fila do metrô na
segunda-feira ou o caixa demorado no supermercado – sempre há alguém para
conversar sobre assuntos que vão de meteorologia a futebol. A pessoa já pode chegar
dando tapa nas costas, dividindo pacote de salgadinho e ainda se despedir com
beijo na bochecha. Consequentemente, praticamente todo momento é uma
oportunidade para conhecer alguém novo e dar risada.
Aqui, a
situação é bem diferente. As pessoas prezam muito pelo seu espaço e
individualidade. Na fila do supermercado, nem ouse olhar para a pessoa na sua
frente, ou será tido como “weird” – ou estranho. Os comuns abraços e
beijinhos brasileiros são inexistentes aqui, mesmo entre amigos. Dependendo do
ambiente, é necessário um conjunto pré-estabelecido de perguntas para iniciar
uma conversa: de onde você é, o que estuda e qual sua class? Se, por um
lado, a formalidade americana pode ser útil para evitar pessoas inconvenientes,
por outro, eu sinto falta do “calor” brasileiro.
Pedro
Girardi é aluno de graduação do Carleton College, nos Estados Unidos, onde
pretende se formar economia e política. Durante o ensino médio, envolveu-se em
diversos projetos nessas áreas, sendo seu preferido a participação em Simulações
das Nações Unidas. Por meio de atividades extracurriculares, descobriu que
adora lidar com pessoas e ajudá-las a desenvolver suas habilidades. Quer ser
professor e pesquisador.
Pedro
Girardi
Depois
de viajar para os Estados Unidos por cinco vezes posso acentuar e ratificar
cada palavra descrita acima. E podendo aprofundar muito mais nas diferenças
culturais que nos fazem tão diferentes.
Ser
diferentes não quer dizer ruim ou bom, quer dizer diferentes.
O
artigo vai continuar!
Por
Wanderlei Vieira
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