terça-feira, 4 de setembro de 2018

Erros "Teológicos" em músicas Gospel.

Ressuscita-me de Aline Barros
Pastor analisa a canção Ressuscita-me de Aline Barros
Autor do livro Erros que os Adoradores Devem Evitar encontra divergências bíblicas em uma das canções mais tocadas no Brasil
O pastor e escritor Ciro Sanches Zibordi escreveu em seu blog uma análise bíblica sobre a canção Ressuscita-me de Aline Barros, canção que faz parte do CD “Extraordinário Amor de Deus” que já recebeu o Disco de Diamante pela vendagem de mais de 300.000 cópias.

A canção é uma das mais tocadas nas rádios de todo o Brasil e faz uma comparação entre a história de Lázaro e de uma pessoa que está em cavernas e precisa ver os sonhos ressuscitados.

Zibordi que é autor do livro “Erros que os Adoradores Devem Evitar” só encontra divergências bíblicas no título da canção e no refrão.

Veja a análise:
A canção “Ressuscita-me” tem sido bastante entoada pelos evangélicos. Sua melodia é bonita e envolvente — admito —, mas a sua letra está de acordo com as Escrituras? Tenho recebido vários pedidos por e-mail para analisá-la. E resolvi atender a essas solicitações.

Adianto que esta abordagem respeita a licença poética, mas prioriza a Palavra de Deus (1 Co 4.6; At 17.10,11; Gl 1.6-8). Afinal, como crentes espirituais, devemos discernir bem tudo (canções, pregações, profecias, milagres, manifestações, etc.), a fim de retermos somente o que é bom (1 Co 2.15; 1 Ts 5.21).

“Mestre, eu preciso de um milagre. Transforma minha vida, meu estado. Faz tempo que eu não vejo a luz do dia. Estão tentando sepultar minha alegria, tentando ver meus sonhos cancelados”. Não vejo problemas no início da composição em análise, visto que todos nós, mesmo salvos, passamos por momentos difíceis em que nos sentimos perseguidos, isolados, como que presos em um lugar escuro, sufocante, “no vale da sombra da morte” (Sl 23.4). Nessas circunstâncias, é evidente que ansiamos por um grande milagre.

“Lázaro ouviu a sua voz, quando aquela pedra removeu. Depois de quatro dias ele reviveu”. Aqui, como se vê, a construção frasal não ficou boa. Quem removeu a pedra? Com base na licença poética, prefiro acreditar que o compositor referiu-se aos homens que removeram a pedra, naquela ocasião (Jo 11.39-41), haja vista Lázaro, morto e amarrado, não ter a mínima condição de fazer isso — segundo os historiadores, aquela pedra pesava cerca de quatro toneladas.

A oração cantada prossegue: “Mestre, não há outro que possa fazer aquilo que só o teu nome tem todo poder. Eu preciso tanto de um milagre”. Algum problema, aqui? Não.

“Remove a minha pedra, me chama pelo nome”. Os problemas começam aqui. Se o compositor tomou a ressurreição de Lázaro como exemplo, deveria ter sido fiel à narrativa bíblica. É claro que Deus remove pedras grandes, como ocorreu na ressurreição do Senhor Jesus (Mc 16.1-4). Mas, no caso de Lázaro, quem tirou a pedra foram os homens, e não Deus (Jo 11.41)!

Aprendemos lições diferentes com as circunstâncias que envolveram as aludidas ressurreições. Fazendo uma aplicação espiritual, há algumas pedras que Deus remove (como na ressurreição de Jesus), mas há outras que o ser humano deve revolver (como na ressurreição de Lázaro). Em outras palavras, Deus faz a parte dEle, e nós devemos fazer a nossa (Tg 4.8; 2 Cr 7.13,14).

“Muda a minha história. Ressuscita os meus sonhos. Transforma a minha vida, me faz um milagre, me toca nessa hora, me chama para fora”. Clichês comerciais e antropocêntricos não podem faltar emgospel hits: “muda a minha história”, “sonhos”, etc. Como já falei muito sobre esse desvio em meu livro Erros que os Adoradores Devem Evitar, evitarei ser ainda mais “antipático”. Mas é importante que os compositores cristãos aprendam que os hinos devem ser prioritariamente cristocêntricos.

“Ressuscita-me”. Aqui vejo a principal incongruência do cântico, a qual não pode ser creditada à licença poética. Pedir a Deus: “ressuscita os meus sonhos”, no sentido de que eu me lembre das suas promessas e volte a “sonhar”, a ter esperança, a aspirar por dias melhores, etc. — a despeito do que afirmei sobre o antropocentrismo —, até que é aceitável. Mas não posso concordar com a súplica: “Ressuscita-me”. Por quê? Porque o salvo em Cristo já ressuscitou, espiritualmente, e não precisa ressuscitar de novo!

Quer dizer, então, que a aplicação feita pelo compositor é contraditória? Sim, pois, em Colossenses 3.1, está escrito: “se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus”. O que é o novo nascimento? Implica morte para o pecado (Cl 3.3) e ressurreição para uma nova vida (Rm 6.4). Essa analogia da nossa preciosa salvação — pela qual temos a certeza de que estamos mortos para o pecado e já ressuscitamos para o nosso Deus — não pode ser posta em dúvida para atender a anseios antropocêntricos. Por isso, a oração “Ressuscita-me” se torna, no mínimo, despropositada.

Alguém poderá argumentar: “Ora, a Bíblia não diz, em 1 Coríntios 15, que vamos ressuscitar? Por que seria errado pedir isso para Deus?” Bem, o sentido da ressurreição, no aludido texto paulino, é completamente diferente do mencionado na composição em apreço. Paulo referiu-se à ressurreição literal daqueles que morrerem salvos, em Cristo (vv.51-55; 1 Ts 4.16,17). Hoje, em vida, não esperamos ser ressuscitados, pois já nos consideramos “como mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor” (Rm 6.11).
Amém?
Texto extraído do Blog do Ciro


Raridade de Anderson Freire
Pastor mostra erros teológicos na canção Raridade, de Anderson Freire
Versículos bíblicos são usados para mostrar que o homem deve se abstiver do pecado e jamais desistir de Deus

Sucesso nas rádios de todo o país e também nas igrejas evangélicas, a canção “Raridade”, escrita e cantada por Anderson Freire tem erros teológicos segundo o pastor Ildo Melo que analisou a música e realizou uma pregação a respeito da mesma.

Melo começou a análise contestando a frase “O pecado não consegue esconder/ A marca de Jesus que existe em você”. Na visão dele é um erro afirmar tal coisa, pois dá a entender que não importa se você continuar pecando.

“Não sei se você consegue captar o perigo que está por trás disso”, disse o pastor para os fiéis que acompanhavam o culto. “Há um determinismo aqui muito forte”, disse ele analisando a frase seguinte que diz: “O que você fez ou deixou de fazer/ Não mudou o início, Deus escolheu você”.

Na visão dele esse pensamento é perigosíssimo e então ele cita Romanos 8:13 para provar que as obras da carne, o pecado, importa sim e que pode levar o homem para o inferno. O pastor também cita Isaias 59:2 que fala sobre as iniquidades que separam o homem de Deus.

“Essa história de que o que eu faço ou deixo de fazer não importa é uma balela”, conclui o religioso citando outros trechos bíblicos que falam sobre a santificação que é necessária para ver a Deus.

Outro trecho contestado por Ildo Melo é o que diz “Você é um espelho que reflete a imagem do Senhor/ Não chore se o mundo ainda não notou”. O pastor questiona a frase porque os frutos do Espírito são visíveis e a Bíblia narra que as pessoas eram reconhecidas por serem semelhantes a Cristo.

“Não tem dessa não, que conversa furada”, diz ele que cita Filipenses 4:5 para mostrar que os frutos do Espírito têm que ser notório na vida dos creem em Jesus Cristo.

O pastor também falou a respeito do trecho “Se você desistiu, Deus não vai desistir / Ele está aqui pra te levantar se o mundo te fizer cair”, citando trechos bíblicos onde mostra ser necessário perseverar até o fim para ser salvo, sem negar a Deus para não sermos negados por Ele.

“O mundo não nos faz cair, parece que o ser humano é o João bobo, que um empurra para um lado e outro para o outro”, diz o pastor ensinando os fiéis a resistirem ao diabo e vencerem o mundo. “Que história é essa de crente refém do mundo?”, questiona.

“Essa canção me aborreceu muito essa semana, ela é muito bonita, mas tem muita coisa estranha. Não estou dizendo que a pessoa que compôs é um apostata ou um herege”, encerra ele.

Fonte: Gospel Prime

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