Apesar da ínfima representação
no meio cristão, esquerda evangélica é sempre ouvida pela mídia
Triste situação de um país que
não consegue se livrar da corrupção que grassa no centro do poder. Na época do
governo militar (1964-1985) muitos líderes religiosos (pastores e padres) se
dividiram, uma parte contra e outra a favor do sistema vigente. Com a
redemocratização o país mudou muito e rapidamente.
No campo religioso, ocorreu
uma explosão do número de evangélicos que de uma minoria passou de meros 5%
para quase 30% nos dias de hoje. Mesmo assim, continua sendo um grupo
fragmentado, com muitas vertentes.
Parece que o aumento da
influência política dos protestantes, caracterizada pela atuação da bancada
evangélica, gerou um “racha”. O governo petista se manteve no poder por 13 anos
sempre contando com o apoio de uma parcela dos evangélicos.
Quando Dilma concorreu em 2010
tinha o apoio de muitos evangélicos que pouco tempo depois da eleição dela,
perceberam que os ideais comunistas estavam acima de qualquer valor cristão.
Antigos aliados, como o Partido Social Cristão, do deputado Marco Feliciano,
passaram a ser oposição ferrenha. Pastores influentes como Malafaia, que
circulava com liberdade em Brasília nos anos de Lula, hoje denuncia
constantemente os desmandos do PT.
Os únicos que parecem
manter-se inabaláveis no seu apoio ao petismo são a IURD – cujo braço político,
o PRB, continua na base do governo – e a Assembleia de Deus Madureira. Outros grupos e denominações
oscilam, ora mais ora menos perto da presidente.
Quando o presidente da Câmara
Eduardo Cunha, que se diz evangélico, começou a ter sua vida exposta na mídia e
não conseguiu justificar os milhões em seu nome, uma divisão mais profunda
ficou aparente.
Pastores de esquerda começaram
a vir a público atacar Cunha e defender Dilma. Um vídeo produzido pela revista petista Carta Capital em
junho expôs que a manipulação midiática do programa de manutenção do poder do
Partido dos Trabalhadores.
Em nome do que chamam de
‘justiça social’ ou ‘teologia da missão integral’, diferentes líderes
evangélicos se postaram em favor da agenda do Foro de São Paulo, que tenta unir
a América Latina toda em torno do ideal socialista cubano. Esquecem esses
pastores que quando a Revolução Comunista ocorreu em Cuba, diversos líderes
religiosos cubanos estavam entre os primeiros a serem fuzilados.
Agora, com a abertura do
processo de impeachment, outro segmento vem a público defender Dilma Rousseff.
O Conselho de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC) publicou um documento onde
defende o projeto para o país que considere “não os interesses materiais e
imediatos das elites econômicas e políticas, mas sim as necessidades das
grandes maiorias, especialmente dos e das trabalhadores e trabalhadoras do
campo e das cidades”.
Em outras palavras, fica Dilma
e fora Cunha!
Esse material logo foi alardeado pela imprensa como uma
comprovação que “os evangélicos estão contra o impeachment”. O CONIC reúne lideranças
as igrejas católica, anglicana, luterana, presbiteriana e ortodoxa. Atualmente
é presidido pela pastora luterana Luzmarina Campos Garcia, que fez campanha
para Dilma, então não há surpresas.
Como bem lembrou a revista VEJA, “é tradição do PT usar
especialistas ou representantes religiosos supostamente desvinculados do
partido para conferir às posições políticas petistas a autoridade técnica ou
moral que lhes falta”.
Do outro lado, o pastor Silas
Malafaia usou as redes sociais para denunciar mais essa manobra. “Um grupo de
esquerdopatas gospel disseram que os evangélicos são contra o impeachment. Eles
não representam nem 2% dos evangélicos”, escreveu ele no Twitter.
O pastor Marco Feliciano foi
mais contundente, explanando em um vídeo por mais de 10 minutoscomo o PT está agindo para dividir o país, inclusive os
evangélicos.
Enquanto alguns evangélicos
defendem a saída e outros a permanência de Dilma, surgem diversas campanhas de
oração pelo país. Pelas redes sociais e em diversos templos espalhados pelo
país, milhares de pessoas anunciam que estão orando e intercedendo para que a
justiça divina venha. Para muitos deles, o que prevalecerá será a profecia de
Daniel 2:20-21:
“Seja bendito o nome de Deus
de eternidade a eternidade, porque dele são a sabedoria e a força; E ele muda
os tempos e as estações; ele remove os reis e estabelece os reis”
Fonte: Gospel Prime
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