‘Nem Moro, nem Dallagnol, nem PF têm a honestidade que eu tenho’,
desafia ex-presidente
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a atacar o juiz Sérgio
Moro e o procurador Deltan Dallagnol nesta sexta-feira (24). Durante a abertura
do seminário que o PT promoveu em São Paulo, com o nome “O que a Lava-Jato fez
pelo Brasil”.
Para Lula, os principais elementos da força-tarefa que investiga a
corrupção no país não tem a honestidade que ele tem. “Nem o Moro, nem o
Dallagnol, nem o delegado da Polícia Federal têm a lisura, a ética e a
honestidade que eu tenho nestes 70 anos de vida”, bradou o político, que na
prática já está fazendo campanha para as eleições presidenciais do ano que vem.
No encerramento do evento, ele defendeu também a aprovação da lei de
abuso de autoridade no Congresso.
Para Lula, os integrantes magistrado e os policiais federais fizeram “a
coisa mais sem vergonha da história deste país”. Ele se referia à condução
coercitiva de que foi alvo em março do ano passado.
“A Polícia Federal, que é uma instituição que eu aprendi a respeitar e
a fortaleci, mas na hora que ela invade a casa de uma pessoa. Na minha casa,
entraram com máquina fotográfica no peito, máquina de filmar, e deram para a
Veja fazer um filme com as filmagens que eles fizeram na minha casa”, reclamou.
Numa tentativa de inverter os argumentos, mesmo não conseguindo se
desvencilhar das centenas de vezes que seu nome aparece nas delações,
asseverou: “A Lava-Jato não precisa do crime. Primeiro, ela acha o
criminoso e depois coloca o crime em cima do criminoso”.
Partindo para a forma mais baixa de argumentação, Lula atacou o
procurador Dallagnol, chamando-o de “moleque” e debochando da fé evangélica
professada por ele. “Aquele Dallagnol (vem) sugerir que o PT foi criado para
ser uma organização criminosa… O que aquele moleque conhece de política? Ele
nem sabe como se monta um governo. Não tem a menor noção. Ele acha que sentar
em cima da Bíblia dele dá solução para tudo”.
Essa não é a primeira vez que o pré-candidato do PT mostra desprezo
pelos valores cristãos do magistrado. Um ano atrás, a Polícia Federal divulgou
uma conversa do ex-prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e de Lula
onde o ex-presidente já ridicularizava o fato de alguns dos membros da
força-tarefa serem evangélicos.
“Esses meninos da Polícia Federal e esses meninos do Ministério Público
se sentem enviados de Deus”, disse Lula. “Os caras do ministério público são
crentes. É uma coisa absurda”, respondeu Paes. Com informações O Globo
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