terça-feira, 23 de maio de 2017

Pastor Claudio Duarte chora ao falar de hostilidade a homossexuais, mas diz: “Não abro mão dos meus valores”

O pastor Claudio Duarte foi convidado do Programa Raul Gil no último sábado e suas palavras a respeito da homossexualidade ecoaram fortemente nas redes sociais porque, dentre outras coisas, emocionou a transexual Thammy Miranda.
Conhecido por suas tiradas de humor, o pastor surpreendeu ao chorar falando sobre a homossexualidade, o preconceito e hostilidade e também sobre um irmão que é gay.
Falando sobre a presença de homossexuais nos cultos, Duarte reiterou o que é prática comum no meio evangélico: “Eu jamais vou colocar alguém pra fora porque está com a roupa curta, porque é hetero, homo, porque é feio, porque é bonito, porque é rico, porque é pobre. Jamais alguém vai sair da igreja que eu pastoreio… Se alguém faz isso em outro lugar, não é problema meu”.
“As pessoas me veem e acham que eu estou representando todos os evangélicos. Eu não estou. Estou aqui representando a igreja [da qual faço parte]. Se tem algum louco que toma partido, que faz alguma coisa, agride, que é homofóbico… Eu não tenho nada a ver com isso”, observou.
Questionado se era a favor do casamento gay, foi enfático: “Não. Eu não sou a favor do relacionamento. Certo? Eu respeito. Eu tenho as minhas convicções e tenho a base daquilo que eu acredito”, disse.
Na continuação da resposta, o pastor contextualizou sua opinião a respeito do assunto, lembrando de sua infância e adolescência, quando conviveu com a rejeição por não se adequar aos padrões das famílias que o acolheram.
“Eu vou falar algo para vocês. Eu fui criado – é até algo muito difícil de falar, meu pai casou diversas vezes – por muitas famílias diferentes. E por onde eu passei, muitas vezes eu saí desses lares porque não falava… Porque não cumpria o padrão daquela casa. Eu vivia mudando. Não fui maltratado. Mas eu tinha um padrão de uma casa que não era o da outra, e quando eu estava lá, as pessoas não me queriam, porque eu não seguia aquele padrão. Isso aconteceu diversas vezes”, relembrou.
“O que aconteceu? Eu parei de falar, eu fiquei introvertido, porque o que eu falava, me causava mal. Mas em um desses lares, vivi com um cara que foi meu irmão, e ele era gay. Ele tinha uma situação melhor que a minha. Eu usava o tênis dele, aquela época difícil. Usava as roupas. Mas o cara era meu irmão. O sangue dele não corria nas minhas veias, mas a Bíblia diz que há amigos mais chegados que irmãos”, contou.
Para mostrar que é possível respeitar sem concordar, o pastor Claudio Duarte destacou que a visão diferente não transforma as pessoas em inimigas, e que é possível conviver.
“Eu tenho valores, e não vou abrir mão deles. Se você me perguntar se eu acho certo, eu não acho. Mas isso não nos torna inimigos. Porque eu não posso sentar ali com você, e bater um papo? Porque eu não posso te dar um abraço? Te respeitar? Porque você não pode fazer uma visita à igreja que eu pastoreio e ser bem recebido? Você está entendendo? É essa coisa absurda da extremidade que tornou o mundo no que está. Eu nunca vou negociar com divórcio, com adultério, com homossexualismo. Eu não vou negociar. Mas eu vou amar, respeitar”, concluiu, chorando.
A plateia o aplaudiu, e a transexual Thammy disse que “não é errado você achar errado” e levantou-se para dar um abraço no pastor. “Você foi o único convidado que me respeitou aqui, nem os artistas que se dizem moderninhos me trataram assim”, acrescentou.

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