“A
Bíblia não deve ser entendida como a voz de Deus, mas sim como a memória de um
povo”
“A Bíblia não deve ser entendida como a voz de Deus, mas sim como a
memória de um povo”. Com essa sentença, a feminista evangélica Valéria Vilhena
defende a reinterpretação dos textos bíblicos sob a ótica pós-moderna. A
postura não é isolada e mostra o quanto o movimento feminista atual pretende
negar a Palavra de Deus em prol de uma ideologia extremista. O crescimento do
movimento feminista nas igrejas evangélicas ainda é incipiente, mas
definitivamente, faz barulho. Portais de internet, jornais e revistas – sempre
em defesa do aborto, por exemplo – citam aspas de mulheres evangélicas que se
apresentam como representantes do movimento no meio cristão.
O
portal Metrópoles, recentemente, produziu uma matéria sobre a presença do
feminismo nas igrejas e destacou a fala de uma sobrinha de pastor e defensora
do assassinato de bebês ainda em gestação. “No ambiente acadêmico eu sou aceita
até o momento que digo que não sou ateia. Isso só é esquecido no decorrer da
minha militância. Na igreja há o estranhamento, mas também a curiosidade”,
comentou Camila Galetti, socióloga.
A
frase ousada que abre essa matéria foi proferida por uma evangélica de origem
pentecostal que se apresentou como teóloga. Incoerente, Valéria Vilhena nega
que a Bíblia seja uma manifestação divina, mas usa as palavras de Jesus para
defender sua ideologia: “O feminismo é forma de luta política e a Bíblia tem
muitos textos que pautam por essas lutas”.
A
pastora luterana e teóloga Romi Bencke, militante “progressista”, vê como
machismo a visão de parte do meio cristão em não ordenar mulheres ao
ministério, mas desconsidera que não há registro de ordenação de mulheres a
posições de liderança na Bíblia Sagrada.
“Existe
muita resistência em aceitar mulheres ordenadas, mesmo nas congregações que já
permitem isso”, comentou. “Da mesma forma que somos excluídas da sociedade,
também estamos fora das principais rodas da igreja”, acrescentou a pastora.
Para
Bencke, isso se deve à interpretação equivocada da Bíblia: “Assim como hoje,
nos tempos bíblicos também se justificava a submissão das mulheres com o
argumento de que era ordem de Deus. Não é. Todas as interpretações que colocam
as mulheres nesse papel são tendenciosas e manipuladas”, argumenta.
Romi
Bencke diz que é possível conciliar o feminismo atual com os princípios
cristãos: “São muitos os textos do Evangelho em que Jesus se dirige às mulheres
de igual para igual. Muitas exerciam protagonismo no movimento de Jesus, como
Maria Madalena. O feminismo problematiza as relações desiguais de poder e nos
evangelhos existem muitos textos que criticam essas relações também”, disse.
Por
fim, o episódio que marca o ápice da trajetória de Jesus na Terra é apontado
também como argumento feminista pela pastora: “Basta ver a história da
crucificação. As únicas que correm o risco de ficar junto à cruz são as
mulheres. Também são elas as primeiras testemunhas da ressurreição”,
concluiu.(Gospel Mais)
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