O futebol no Brasil, cada vez mais, é disputado por
atletas que mantém fortes vínculos com a religião, expressando sua fé nas
comemorações de gols, conquistas de fases em competições e títulos.
O jornal Correio, da Bahia, fez um levantamento entre os
jogadores do Bahia e do Vitória, os principais clubes do estado e maiores
rivais da região, e descobriu que a maioria são evangélicos.
O levantamento ouviu 64 jogadores, e 56,2% se definiram
como evangélicos; 29,7% são católicos; 1,6% adventista; 1,6% espírita; e 10,9%
sem religião.
Do grupo entrevistado, 100% disse acreditar em Deus e
98,4% atribuem a Ele seu sucesso na profissão: “No futebol a fé está sempre
presente, não tem como separar as duas coisas. É como um combustível que ajuda
a passar por toda dificuldade e cobrança. Ter a certeza que Deus está junto é
não se sentir sozinho”, disse Pedro Ken, 28 anos, espírita e jogador do
Vitória.
Para o goleiro Fernando Miguel, 30 anos, evangélico,
jogar em um grande clube como o Vitória exige muito de um atleta, e a fé ajuda
a superar dificuldades: “É muita pressão que envolve a carreira de um jogador.
Você é julgado a todo momento, a responsabilidade é grande. Na hora que as
coisas acontecem, a gente não tem dúvida que teve também a ajuda de Deus”.
Para o pesquisador Clodoaldo Leme, mestre em Ciências da
Religião e doutor em Psicologia Social, a fé tem um espaço considerável na vida
dos jogadores porque a profissão é muito instável, e a ascensão, difícil: “Para
chegar ao futebol profissional, ele tem que abrir mão de tudo e viver sob
pressão da família, do técnico, da torcida. Nesse risco permanente, a religião
acaba sendo uma ferramenta para canalizar as energias […] Quanto maior o risco
envolvido, maior a abertura para manifestação religiosa”.
Uma demonstração do argumento de Leme é a história de
Ávine, 27 anos, lateral-esquerdo do Bahia. Ele sofreu uma lesão gravíssima no
joelho em 2012, e decidiu aceitar a Jesus Cristo. Após quase três anos de
recuperação, voltou a jogar em julho.
“Minha vida
profissional mudou. Hoje eu sou um cara centrado, não vou mais pra balada, não
bebo”, diz o atleta, que foi desenganado pelos médicos: “Creio que se não
estivesse no caminho que estou, já tinha largado [o futebol]. A medicina dizia
que não tinha mais jeito, mas busquei força em Deus e nunca tive dúvida de que
um dia voltaria”, contou.
Fonte: Gnotícias
Nenhum comentário:
Postar um comentário