quarta-feira, 5 de março de 2014

Grupo cristão faz petição contra financiamento público do musical “Jesus Cristo Superstar”

Prevista para estrear no próximo dia 14 no teatro do Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, a peça musical “Jesus Cristo Superstar” motivou uma petição contra seu financiamento no Brasil, feito com recurso públicos através da Lei Rouanet.
A petição foi organizada pelo grupo católico “Associação Devotos de Fátima”, e recebeu também o apoio da “Associação Sagrado Coração de Jesus”, que divulgou nota de repúdio ao espetáculo, que obteve adesão de blogs e páginas no Facebook.
Endereçada ao Ministério da Cultura e à ministra Marta Suplicy, a petição já tem mais de 26 mil assinaturas e pede que o dinheiro dos contribuintes não seja utilizado para “violentar barbaramente a fé de milhões de pessoas”.
- Não é lícito ao Estado laico violentar barbaramente a fé de milhões de pessoas, promovendo, com o dinheiro dos contribuintes, o evento blasfemo que ocorrerá no dia 14 de março, com o lançamento da ópera-rock ‘Jesus Cristo Superstar – diz o texto da petição, que questiona ainda se o Ministério da Cultura financiaria projetos que atacassem outras religiões, ou até mesmo orientações políticas.
- Não creio que esse Ministério teria coragem de promover 1% de algo que criticasse Maomé (ou mesmo Fidel Castro!…) – diz a carta.
A mais de quarenta e três anos em cartaz nos Estados Unidos, o musical tem letras de Tim Rice e música de Andrew Lloyd Webber. No Brasil o espetáculo está sendo produzido pela T4F, e pela Takla Produções, e foi autorizada a captar R$ 5,7 milhões pela Lei Rouanet.
Membros das instituições católicas afirmam que a peça seria um ataque à fé cristã, e afirmam que a petição não é um pedido de censura, mas sim a manifestação de um direito de “pedir que nosso dinheiro não seja utilizado para atacar nossos valores e nossa fé”, como afirmou Marcos Luiz Garcia, de 60 anos, coordenador de campanhas da Devotos de Fátima.
Entre as críticas contra a peça estão a apresentação da história de Cristo “do ponto de vista de Judas”, e o uso de mulheres seminuas associadas ao relato bíblico de Jesus.
Apesar das críticas o padre Tarcísio Marques Mesquita, indicado pela Arquidiocese de São Paulo para falar sobre o tema, afirma que a obra não desrespeita a figura de Jesus e que até mesmo ajuda os cristãos a amadurecer sua fé.
- O musical faz uma atualização da imagem de Cristo, mas é uma ficção que deve ser lida como tal. Obras como esta, que trazem questionamentos sobre a fé, nos ajudam a amadurecer. Os religiosos também têm seus questionamentos. A única coisa é que achei aquelas cantorias meio chatas, para falar a verdade – afirma o padre, segundo a Folha de S.Paulo.
Em resposta à petição feita pelas associações católicas, o ministério afirmou apenas que “o musical foi autorizado em dezembro a captar via Lei Rouanet e se enquadra como ‘espetáculo teatral’”.
Por Dan Martins, para o Gospel+


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