O deputado Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), presidente da Câmara, estaria negociando com a oposição uma forma de
salvar seu mandato oferecendo a abertura do processo de impeachmentcontra
a presidente Dilma Rousseff (PT).
Atualmente, o deputado
integrante da bancada evangélica é investigado pelo Conselho de Ética da Câmara
por causa da existência de contas bancárias não-declaradas na Suíça e
descobertas pela investigação da Operação Lava-Jato.
O que motivou a abertura de um
processo de investigação na Câmara foram as próprias afirmações de Cunha, meses
atrás, na CPI da Petrobras, negando que tivesse contas no exterior. Com a
revelação dos dados encontrados pela Polícia Federal e Procuradoria-Geral da
República, os parlamentares enxergaram quebra de decoro parlamentar. Em sua
defesa, Cunha argumentou dizendo que as contas estão em nome de empresas suas e
de sua esposa, e que portanto não mentiu quando disse que não haviam contas em
seu nome no exterior.
Agora, vendo a situação se
tornar mais delicada, Eduardo Cunha teria lançado mão de sua principal carta na
manga: o pedido de impeachment da presidente Dilma elaborado pelos juristas
Hélio Bicudo (fundador do PT e ex-membro do partido), Miguel Reale Jr. e
Janaína Paschoal.
“Cunha teve uma reunião
separada hoje com os tucanos Bruno Araújo, Carlos Sampaio e os demistas
Mendonça Filho e Rodrigo Maia, após o almoço com os líderes partidários na
residência oficial da presidência da Câmara. Os deputados das duas legendas
colocaram o presidente da Câmara contra a parede: ou ele abre o processo de
impeachment contra Dilma Rousseff ou eles retiram o apoio que têm dado a Cunha.
Embora o grupo negue publicamente o teor da conversa, Cunha topou”, informou o
jornalista Guilherme Amado, colunista do jornal O Globo.
A intenção do parlamentar é
trocar a abertura do processo de impeachment pelo voto contra sua
cassação no processo aberto no Conselho de Ética. “Sem os votos do PSDB e do
DEM, e sem o apoio deles daqui até lá, Cunha está liquidado”, acrescentou
Amado.
Fonte: Gnotícias
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