Há alguns anos a Nestlé vem
utilizando os poços de água mineral de São Lourenço para fabricar a água marca
PureLife.
Diversas organizações da
cidade vêm combatendo a prática, por muitas razões.
Para fabricar a PureLife, a
Nestlé, sem estudos sérios de riscos à saúde, desmineraliza a água e acrescenta
sais minerais de sua patente. A desmineralização de água é proibida pela
Constituição.
Cientistas europeus afirmam
que nesse processo a Nestlé desestabiliza a água e acrescenta sais minerais
para fechar a reação. Em outras palavras, a PureLife é uma água química. A
Nestlé está faturando em cima de um bem comum, a água, além de o estar
esgotando, por não obedecer às normas de restrição de impacto ambiental,
expondo a saúde da população a riscos desconhecidos. O ritmo de bombeamento da
Nestlé está acima do permitido.
Troca de dutos na presença de
fiscais é rotina. O terreno do Parque das Águas de São Lourenço está afundando
devido ao comprometimento dos lençóis subterrâneos. A extração em níveis além
do aceito está comprometendo os poços minerais, cujas águas têm um lento
processo de formação. Dois poços já secaram. Toda a região do sul de Minas está
sendo afetada, inclusive estâncias minerais de outras localidades.
Durante anos a Nestlé vinha
operando, sem licença estadual. E finalmente obteve essa licença no início de
2004.
Um dos brasileiros atuantes no
movimento de defesa das águas de São Lourenço, Franklin Frederick, após anos de
tentativas frustradas junto ao governo e à imprensa para combater o problema,
conseguiu apoio, na Suíça, para interpelar a empresa criminosa. A Igreja
Reformista, a Igreja Católica, Grupos Socialistas e a ONG verde ATTAC uniram
esforços contra a Nestlé, que já havia tentado a mesma prática na Suíça.
Em janeiro deste ano, graças
ao apoio desses grupos, Franklin conseguiu interpelar pessoalmente, e em
público, o presidente mundial do Grupo Nestlé. Este, irritado, respondeu que
mandaria fechar imediatamente a fábrica da Nestlé em São Lourenço. No dia
seguinte, no entanto, o governo de Minas (PSDB), baixou portaria regulamentando
a atividade da Nestlé. Ao invés de aplicar multas, deu-lhe uma autorização,
mesmo ferindo a legislação federal. Sem aproveitar o apoio internacional para o
caso, apoiou uma corporação privada de histórico duvidoso.
Se a grande imprensa
brasileira, misteriosa e sistematicamente vem ignorando o caso, o mesmo não
ocorre na Europa, onde o assunto foi publicado em jornais de vários países,
além de duas matérias de meia hora na televisão. Em uma dessas matérias, o
vereador Cássio Mendes, do PT de São Lourenço, envolvido na batalha contra a
criminosa Nestlé, reclama que sofreu pressões do Governo Federal (PT), para
calar a boca. Teria sido avisado de que o pessoal da Nestlé apóia o Programa
Fome Zero e não está gostando do barulho em São Lourenço.
Diga-se também que a relação
espúria da Nestlé com o Fome Zero é outro caso sinistro. A empresa, como
estratégia de marketing, incentiva os consumidores a comprar seus produtos,
alegando que reverte lucros para o Fome Zero. E qual é a real participação da
Nestlé no programa? A contratação de agentes e, parece, também fornecendo o
treinamento.
Sim, é a mesma famosa Nestlé,
que tem sido há décadas alvo internacional de denúncias de propaganda
mentirosa, enganando mães pobres e educadores, para substituir leite materno
por produtos Nestlé, em um dos maiores crimes contra a humanidade.
A vendedora de leites e
papinhas “substitutos” estaria envolvida com o treinamento dos agentes
brasileiros do Fome Zero, recolhendo informações e gerando lucros e publicidade
nas duas pontas do programa: compradores desejosos de colaborar e famintos
carentes de comida e informação. Mais preocupante: o Governo Federal anuncia
que irá alterar a legislação, permitindo a desmineralização “parcial” das
águas. O que é isso? Como será regulamentado?
Se a Nestlé vinha bombeando
água além do permitido e a fiscalização nada fez, como irão fiscalizar agora a
tal desmineralização “parcial”? Além do que, “parcial” ou “integral”, a
desmineralização é combatida por cientistas e pesquisadores de todo o mundo. E
por que alterar a legislação em um item que apenas interessa à Nestlé? O que
nós, cidadãos, ganhamos com isso?
É simples. Sabemos que outras
empresas, como a Coca-Cola, estão no mesmo caminho da Nestlé, adquirindo
terrenos em importantes áreas de fontes de água. É para essas empresas que o
governo governa? Uma vergonha !!!
Colabore. Transmita estas
informações para outras pessoas e não consuma o que prejudica a saúde.
Fonte: Alimento Puro / www.circuitodasaguas.org.
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