Cientistas da Agência Espacial Européia (ESA) projetam a construção de
um templo na Lua, logo após a inauguração de um posto avançado de pesquisa que
já está sendo planejado em detalhes. A construção seria erguida no pólo-sul do
satélite que orbita a Terra.
Os planos da ESA foram revelados no final de janeiro, quando detalhes
da cúpula de 50 metros de altura, desenhada pelo artista Jorge Mañes Rubio –
integrante da equipe de conceitos avançados (ACT) da agência – concedeu
entrevista ao portal inglês Daily Mail.
“Eu tenho tido todos os tipos de discussões com meus colegas do ACT,
inclusive especulando sobre as prováveis necessidades dos futuros
colonizadores lunares”, afirmou Rubio. “Que tipo de interações sociais eles vão
compartilhar, que atividades culturais e rituais eles terão, e que tipo de arte
e artefatos estarão produzindo?”, questionou.
Para ele, a necessidade de contemplação é inerente ao ser humano, e seu
projeto pretende oferecer a mais deslumbrante vista da Terra: “Os seres humanos
têm criado arte há pelo menos 30 mil anos, então não tenho dúvidas de que isso
continuará no espaço e na Lua”, teorizou.
De acordo com o projeto, o templo seria construído na borda iluminada
da cratera de Shackleton, que é banhada a maior parte do tempo pela luz solar.
O local exato ficaria a distante suficiente da sombra em que a cratera está.
Os pólos lunares foram previamente identificados como locais
promissores para o futuro assentamento porque crateras mantidas sombreadas pela
ausência de luz do Sol são locais pensados para servir como “armadilhas
frias” para preservar o gelo, potencialmente uma fonte vital de água, ar ou
combustível de foguete.
O artista especula que a estrutura com cúpula de 50 m de altura seria
construída usando a impressão 3D de solo lunar. “O resultado pode assemelhar-se
à arquitetura ‘morada’, um antigo método de construção que ainda é usado até
hoje”, disse.
No entanto, as intenções do artista podem ser interpretadas como uma
forma de negar a existência de Deus, uma vez que em seu conceito, a construção
na Lua seria a oportunidade de banir as religiões do ambiente espacial, assim
como padrões morais que regem a vida em comunidade na Terra.
“O assentamento lunar representa uma oportunidade perfeita para um novo
começo, um lugar onde não há convenções sociais, nem nações, nem religião. Um
lugar onde esses conceitos precisarão ser repensados a partir do zero”, ambicionou.
Fonte: Gospel+
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