
Movimento dos desigrejados - e os problemas que os geraram - começam a
ser percebidos pelas igrejas
As igrejas evangélicas parecem estar começando a reconhecer os
problemas que levaram muitos fiéis a se tornarem desigrejados, e alguns líderes
passam a ressaltar a importância de congregar e os benefícios de fazer parte da
comunidade de fé.
Os pastores Paulo Leocádio, presidente da Convenção das Assembleias de
Deus em Minas Gerais e Ary Lopes Junior, da Igreja Batista Graciosa Paz,
participaram do programa Bate-Papo, da Rede Super de Televisão, e comentaram o
assunto.
Para Junior, existem “muitos escândalos” no meio cristão, e isso
afugenta as pessoas que gostariam de ser parte da comunidade. No entanto, ele
ressalta que a igreja continua sendo o ambiente mais igualitário que existe na
sociedade.
“Na igreja não há acepção de pessoas. É um ambiente onde Deus projeta.
Hoje nós estamos com um grande número de crentes fora da igreja. Hoje, são
muitos escândalos. A palavra não tem sido pregada com a sua intensidade”,
lamentou. “Hoje estamos vivendo a igreja de Laodicéia”, acrescentou, fazendo
referência ao livro do Apocalipse.
Na visão do pastor Leocádio, quem critica a igreja por ter pessoas
imperfeitas, não entendeu o propósito da comunidade de fé: “Ao meu ver, essas
pessoas estão equivocadas. Eu considero a igreja como um ponto-socorro e
ninguém vai ao pronto-socorro porque está com saúde. Ele vai porque precisa ser
tratada. A igreja tem essa função, de tratar as pessoas, de mudar o estado das
pessoas. Então, a igreja é um lugar de pessoas imperfeitas, mas que uma vez
alcançadas pela graça e bondade de Deus, essas pessoas se tornam, em Cristo
Jesus, perfeitas”, disse.
Junior aprofundou o tema levantado pelo colega assembleiano: “Um ponto
que eu vejo e que é necessário a gente se congregar e estar debaixo de uma
autoridade. A gente só é tratado do nosso caráter quando somos confrontados.
Nós sempre iremos servir a Deus diante de um homem. A Bíblia fala que o ferro
afia o ferro. E o amigo amola o amigo. Não tem como a gente ser tratado na
comunhão, na convivência, se a gente não estiver junto”, pontuou.
Outro ponto destacado pelo pastor Leocádio são os testemunhos: “Eu
vendo o meu irmão sendo edificado, eu tenho a tendência de querer isso também.
Eu vejo isso, ou ouço isso e isso vai me estimular, me incentivar a sair
daquela situação que eu estou, de uma maneira menos sofrida do que eu tentar
sair daquilo sozinho”, ilustrou.
O programa mostrou ainda que os líderes evangélicos mantém uma postura
conservadora sobre a congregação. Leocádio afirmou que viver frequentando
diferentes igrejas não é o ideal: “Eu não vejo erro nisso. Mas, se me
perguntarem se é saudável, eu vou dizer que não. Se você tem a sua igreja e nos
dias de folga você visita aqui, visita ali, você vai acabar tendo uma série de
visões a respeito de diversas igrejas e o risco é você ficar sem saber o que
que é melhor”, argumentou.
Assista:
Fonte: Gospel+
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