Queimar livros considerados
heréticos ou perigosos é uma prática antiga. O Novo Testamento narra em Atos 19
que na cidade de Éfeso “muitos dos que seguiam artes mágicas trouxeram os seus
livros, e os queimaram na presença de todos”.
Durante a Idade Média a
prática da queima pública voltou a ser popular. Durante a Inquisição era um
espetáculo popular concorrido. No período da Reforma em vários países a Igreja
Católica queimou até Bíblias. Outros regimes totalitários aderiram a prática ao
longo da História. É um símbolo forte de “limpeza”.
Agora, a ideia está sendo
revivida nas redes sociais, que não deixam de ser uma espécie de praça pública
virtual. Há evangélicos que veem nisso uma forma de protesto. A página do
Facebook“Reforma que Passa”, incentivou seus seguidores a queimar livros e
divulgar as imagens.
Surgiram fotos de livros de
autores nacionais e estrangeiros pegando fogo, geralmente acompanhado de algum
comentário. Alguns preferem acrescentar hashtags como #FogoPuroNasHeresias,
#QueimaJeová ou #CanseiDeSerHerege.
O Gospel Prime ouviu o
responsável da página, que prefere não se identificar. Ele é membro de uma
igreja protestante histórica e defende que é tudo uma “uma sátira, uma forma de
protesto”.
Questionado sobre a motivação,
explica: “alguns tens nos acusado de prática medievais… mas longe disso, o ato
é voluntário. Apenas para chocar as pessoas que creem que esses livros são
bíblicos, longe disso, em uma similaridade com Atos 19”.
Para ele, o material que está
sendo queimado, embora seja rotulado como evangélico, não representa “o
verdadeiro cristianismo”. “Repudiamos esses livros, que podem sim ser
comparados com “artes mágicas”, enfatiza.
Ao ser indagado se essa imagem
do fogo não poderia ser mal interpretada, o Reforma que Passa é categórico “não
estamos incentivando as pessoas a queimar os livros propriamente, mas sim
deixar de ler tais práticas e voltar para o verdadeiro evangelho, é algo
simbólico”.
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